terça-feira, 9 de junho de 2015

RESUMO


O estágio básico II  teve como eixo norteador   compreender o autismo infantil, sua etiologia,  a escala de triagem Autism Behavior Checklist (ABC/ICA);  foi realizado através de levantamento bibliográfico  com base de dados  do Scielo. Os critérios de diagnósticos são relevantes, pois auxiliam para um efetivo diagnóstico, assim possibilita intervenções melhores no quadro evolutivo do portado do transtorno do espectro autista. Para um entendimento mais objetivo do transtorno, apresentou-se a Classificação Internacional de Doença (CID 10), o Manual de Diagnóstico e Estático (DSM- IV e DSM 5), e algumas escalas de triagem utilizadas, e a partir destes critérios diagnósticos foi possível a investigação de como esses critérios funcionam. Foi realizado também a aplicação da escala de triagem Autism Behavior Checklist (ABC), em mães de crianças de 3 à 10 anos de idade, através  de entrevistas tabulados e por meio de figuras. Concluímos que o instrumento utilizado nesse estudo apresentou índices satisfatórios para investigar suspeitas de autismo, mostrando  objetividade no que se propõe,  e de fácil aplicação.





PALAVRAS CHAVE: autismo infantil, triagem de escala, Autism Behavior Checklist (ABC/ICA), diagnóstico precoce.

1.INTRODUÇÃO


Este  trabalho enfatiza a relevância do estudo do tema autismo e o entendimento da escala de triagem Autism Behavior Checklist (ABC/ICA). É, também, pertinente  para  melhor compreensão acerca do diagnóstico do transtorno do espectro autista.
Assumpção e Pimental (2000) ressaltam que no ano de 1942 Kanner descreveu sobre distúrbios autísticos do contato afetivo, foi caracterizado por autismo extremo, estereotipias, ecolia e obsessividade. Esses sinais vistos por ele foram percebidos como uma doença relacionada a linha da esquizofrenia. No ano de 1956, Kanner continuou na descrição do quadro como uma psicose, pois todos os exames clínicos e laboratoriais eram incapazes de prover dados compactos no que se relacionava a sua etiologia.
Asperger no ano de 1944 fez um estudo em que definiu um distúrbio em que denominou psicopatia autística manifestada por transtorno severo na interação social, e sua incidência apenas no sexo masculino.(TAMANAHA; PERISSINOTI; CHIARI, 2008)
A ideia da existência de fatores genéticos estão relacionados na etiologia do autismo. Inúmeras evidências foram acumuladas e assim evidenciando o papel dos genes, das quais vieram tanto da genética mendeliana clássica, concordância em gêmeos monozigóticos, comorbidade com síndrome monogênica. O autismo e o transtorno do espectro do autismo representam o quadro neuropsiquiátrico de maior herdabilidade. Sobre a importância do diagnóstico do transtorno do espectro autista não existem exames a serem solicitados para a investigação genética em pacientes com diagnóstico suspeito de TEA.(BRUNONI, 2014)
É relevante ressaltar as características clínicas evolutivas detectadas por período da criança com autismo. No recém nascido: parece diferente dos outros bebês, parece não precisar de sua mãe, raramente chora, torna-se rígido quando é pego no colo.( COSTA; MAIA,1998)
A manifestação do autismo é observada desde os primeiros dias de vida da criança, o que chama a atenção dos pais é que a criança é calma demais, sonolenta, ou chora sem consolo, a queixa de alguns pais é que o bebe não gosto de colo ou rejeita. É verificado posteriormente pelos pais que o bebê não imita, não consegue se comunicar com gestos, que são percebidos na maioria dos bebês, como por exemplo acenar com as mãos para cumprimentar ou despedir. O aparecimento de movimentos repetitivos com as mãos, com o corpo, hábitos como morder-se, morder as roupas. (MELLO, 2007)
Conforme Brunoni(2014) é sempre relevante pensar nos diferentes instrumentos diagnósticos  mencionados na caracterização do fenótipo cognitivo comportamental, pois se o diagnóstico de transtorno do espectro autista não for bem estabelecido existirá uma desnecessária profusão de indicações de exames genéticos. Diante disso, o médico deve conhecer os fundamentos clínicos do transtorno do espectro autista  para poder diagnosticar.
O TEA tem sintomas no comprometimento de três áreas específicas do desenvolvimento: déficits de habilidades comunicativas verbais e não verbais, déficits de habilidades sociais, presença de comportamentos restritivos, repetitivos e estereotipados. ( RAMOS; SILVA; SEAGER; OLIVEIRA; ALMEIDA, 2014)
O transtorno do espectro autista é entendido como uma síndrome comportamental complexa com etiologias múltiplas, com fatores genéticos e ambientais, mas as bases biológicas que buscam explicar a complexidade do transtorno  são  parcialmente conhecidas. O diagnóstico e identificação são baseados nos comportamentos apresentados na história do desenvolvimento de cada sujeito.( ZANON; BACKERS; BOSA,2014)
A falta de iniciativa, espontaneidade e reciprocidade que constitui o grande marcador do autismo. Seria injusto reduzir a questão do apego a comportamentos que compõem os critérios diagnósticos. Uma alternativa para se conduzir estudos comparativos sobre apego, entre crianças com autismo e controles, seria abolir a ênfase no comportamento ativo, enquanto medida de intensidade do comportamento.( SANINI; FERREIRA; DAMASCENO, 2008)
Segundo Zanon,Backes e Bosa (2014)  os critérios diagnósticos do DSM 5, as primeiras manifestações do TEA aparecem antes dos 36 meses de idade. Dados demostram que a maior parte das crianças apresentam problemas no desenvolvimento entre 12 e 24 meses, mas alguns desvios qualitativos no desenvolvimento aparecem antes dos 12 meses. Estudam apontam que a intervenção precoce é essencial para que essa intervenção desempenhe um papel relevante, devido a plasticidade cerebral.
É pertinente os critérios de diagnósticos do transtorno do espectro autista que de acordo com CID 10 está como F84.0, um transtorno invasivo do desenvolvimento, que tem por definição pela presença de desenvolvimento anormal ou comprometimento, que a manifestação ocorre antes da idade de 3 anos.(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1993)
Os critérios para diagnósticos do autismo verificado por meio de pelo menos 8 dos 16 itens especificados. Que   são prejuízos na interação social recíproca, dificuldade em usar adequadamente o contato ocular. Dificuldade no desenvolvimento de relação de interação com o outro. Na comunicação, ausência de uso social da linguagem, e reciprocidade em diálogos. Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento. Apego específico a objetos incomuns. Hábitos motores estereotipados e repetitivos. Ansiedade com relação a mudanças de ambiente.( ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE,1993)
 De acordo com o DSM IV, os transtornos invasivos do desenvolvimento / transtornos geralmente diagnosticados pela primeira vez na infância ou adolescência. Os transtornos invasivos são caracterizados por prejuízos severos em diversas áreas do desenvolvimento, habilidades de interação social, habilidades de comunicação, atividades estereotipadas. Nessa seção está: transtorno autista, transtorno de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância, transtorno de Asperger e Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Sem Outra Especificação. Esses transtornos se manifestam nos primeiros anos de vida.
No ano de 2014 foi elaborado um novo DSM o 5 em que foi agrupado em única classificação os transtornos para que seja mais claro a avaliação, pois entende-se que existe uma intensidade, grau e combinação possível dos sintomas que caracterizam o transtorno do espectro autista, pois os sujeitos diagnosticados com transtorno do espectro autista podem tem a tendência de ter uma combinação dos sintomas e graus diferentes que podem ser de leves a severos. (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSQUIATRIA, 2014)
Os critérios de diagnósticos de acordo com o DSM V são déficits na comunicação social e na interação social. Padrões restritos e repetitivos de comportamento. Hiper ou hiporsensibilidade a estímulos sensoriais, ou interesse incomum por aspectos sensoriais do ambiente. Os especificadores da gravidade foram dividido por meio de nível de gravidade em leve, moderado e grave. (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSQUIATRIA, 2014)
Segundo Caminha (2013) o autismo não é explicado totalmente pelos termos sensoriais, problemas sensórios-perspectivos parecem possuir um fator importante para o transtorno. Nas últimas décadas tem surgido diferentes concepções de autismo que consideram anormalidades nas percepções sensoriais. As dificuldades de processamento sensorial no autismo e suas relações com os principais sintomas do transtorno não são tão investigados.
Como é observado sobre hiper ou hiporsensibilidade de estímulos sensoriais nas crianças com transtorno do espectro autista são várias ideias relacionadas com problemas sensoriais no autismo, mas ainda não são considerados para um diagnóstico oficial, mas é percebido que esse agravante dos problemas sensoriais afetam o dia a dia dos autistas.(CAMINHA, 2013)
No transtorno do espectro autista existem várias manifestações clínicas, é relevante ressaltar as dificuldades na área da comunicação verbal e não verbal, pois ocasionam um impacto significativo na inserção social e cultural dos sujeitos com  essas condições clínicas. A intervenção fonouadiológica   é enfatizada com uma maneira de adequação social do comportamento comunicativo e assim possibilitar uma inclusão melhor da criança com TEA em seu meio social. É importante a participação da família nas condutas terapêuticas. (TAMANAHA; PERISSINOTI; CHIARI, 2008)
Júnior, Kuczynski e Gabriel (1999) afirmam que a identificação de autismo é muito importante, e existem instrumentos que auxiliam no diagnóstico do transtorno do espectro autista, as escalas de avaliação permitem determinar as condutas apresentadas de maneira a se estabelecer um diagnóstico de maior confiabilidade. Podem ser aplicadas na criança para avaliação de aspectos específicos do comportamento. A escala é aplicada por profissional que conhece o quadro, não necessariamente médico, mas sendo ele o responsável pela avaliação das respostas dadas. Pode ser aplicada a partir dos dois anos. A aplicação de 20 a 25 minutos.
Santos, Moraes e Rondini (2011) ressaltam que a aplicação de testes auxiliam para um diagnóstico precoce e assim contribuir para a melhora no prognóstico da doença. Alguns instrumentos padronizados e validados no Brasil, entre eles: A Escala de Avaliação Traços Autísticos (ATA),a  Childhood Autism Rating Scale(CARS), A Autism Diagnostic Interview-Revisedou Entrevista Diagnóstica para o Autismo Revisada (ADI-R),O Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT), Autism Screening Questionnaireou Social Communication Questionnaire(SCQ), o Sreening Tool for Autism in Two Years Old(STAT); o Developmental Behaviour Checklist(DBC); o Checklist for Autism in Toddlers(CHAT).
A escala SCQ é composta de 40 questões e diferencia autismo de retardo mental em maiores de 4 anos. A STAT é uma avaliação interativa de crianças entre 24 e 35 meses de idade, que é realizada  por um médico treinado. A DBC é uma escala com 96 itens, com objetivo de avaliar problemas emocionais e comportamentais em crianças com déficit intelectual. A CHAT foi desenvolvida para identificar crianças com risco de autismo aos 18 meses de idade. ( LOSAPIO; PONDÉ,2008)
Losapio e Pondé (2008) afirmam  que uma das escalas de avaliação mais usadas é a CARS,  em que consiste em uma entrevista que contém  15 itens e é realizada  com os pais ou responsáveis de uma criança autista maior de 2 anos de idade.
A variedade de instrumentos e escalas utilizadas no mundo, mas cada uma com uma aplicação específica, depende da finalidade e da idade da criança. O instrumento IRDI (Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil) foi desenvolvido e validado por um grupo de especialistas brasileiros para uso de profissionais da saúde, para assim possam ser observados os comportamentos da mãe-bebê e poder apontar sinais de risco para o desenvolvimento infantil. É composto por 31 indicadores, observáveis nos primeiros 18 meses de vida da criança.( MACHADO; LERNER; NOVAES; PALLADINO; CUNHA, 2014)
Rapin e Goldman (2015) mencionam que os instrumentos de triagem, como a CARS, foram criados para ser eficientes na clínica, pois a triagem exige confirmação clínica. A CARS é a escala que exige pouco treinamento e já utilizada  há mais de 3 anos, é usada em diversos países. A CARS usa uma escala de gravidade em quatro pontos: déficit ausente, leve, moderado ou grave, para cada um de 14 comportamentos bem descritos. No sistema DSM/CID, baseados em 12 descritores de comportamento em três domínios comportamentais.
Um outro instrumento utilizado para identificação e caracterização do transtorno do espectro autista é o Autism Behavior Checklist (ABC) Tamanaha, Marteleto(2014) ressaltam que Autism Behavior Checklist (ABC) é composto por uma lista de comportamentos não adaptativos que busca a identificação de crianças autistas. É usado  no processo de diagnóstico inicial com indivíduos com suspeitas de autismo.
De acordo com Tamanaha e Marteleto (2014)  o Autism Behavior Checklist (ABC) que a aplicação pode ser realizada a partir de 18 meses de idade até a vida adulta, pois permite em uma descrição detalhadamente das características comportamentais atípicas de cada indivíduo.
O Autism Behavior Checklist (ABC) considera variadas áreas do desenvolvimento, nove comportamentos não adaptativos na área sensorial, 13 para linguagem, 12 na área relacional,  12 para uso de corpo e objeto e 11 para área pessoal social. Os comportamentos que descrevem melhor o sujeito são marcados e os pontos são somados. Por meio da pontuação geral é que traça um perfil comportamental, e assim permite por meio de uma análise clínico para acompanhar o desenvolvimento de seus pacientes.(TAMANAHA; MARTELETO,2014)
Probabilidade alta para identificação do autismo é uma pontuação igual a 68 é considerada alta para identificação do autismo.  Pontuação entre 67 e 54 há moderada probabilidade, entre  53 e 47  tem baixa probabilidade. (TAMANAHA; MARTELETO,2014)
Portanto é essencial conhecer, compreender e a aplicação  da Autism Behavior Checklist (ABC) para nortear o diagnóstico do transtorno do espectro autista.


2.JUSTIFICATIVA

É relevante  conhecer e compreender  o transtorno do espectro autista e  observar a  aplicação da  escala de triagem  Autism Behavior Checklist (ABC/ICA), e de  suma importância o conhecimento da escala   como instrumento  para auxiliar no diagnóstico precoce do autismo infantil, possibilitando uma intervenção precoce, para melhores  resultados na vida do sujeito com transtorno do espectro autista.


3.OBJETIVO

I -  Compreender o transtorno do espectro autista, bem como a sua etiologia, por meio de levantamento bibliográfico de artigos que descrevem esse transtorno.

II - Conhecer a escala de triagem Autism Behavior Checklist (ABC/ICA), e observar a aplicabilidade da mesma, através das entrevistas realizadas com mães de crianças de 3 a 10 anos de idade.



4.MÉTODO

Para se compreender o autismo infantil, foi realizado levantamento bibliográfico de artigos referentes a esse tema, em base de dados SCIELO. E com o intuito de observar e compreender a aplicação e análise da escala de triagem Autism Behavior  Checklist (ABC/ICA), foi realizado entrevistas com mães de crianças com idade entre 3 à 10 anos, com idade média de 5 anos.
          As participantes possuíam em média 35 anos de idade. Duas delas possui ensino superior completo e dez têm o segundo grau completo, e as crianças de ambos os sexos em fase de desenvolvimento normal e inseridas na escola. O instrumento utilizado foi aplicado individualmente, assim nessas entrevistas se tem por finalidade, compreender função e aplicação de uma escala de triagem. A análise dos dados coletados será quantitativa, ou seja, após tabular-se os mesmos, eles serão transformados em gráficos.


5. RESULTADO


Os resultados serão apresentados  por meio de análise descritiva dos dados encontrados após a aplicação do ABC/ICA.
A figura 1 apresenta a distribuição do escore médio das áreas e do total do ABC/ICA.



FIGURA 1: Distribuição dos escores médios por área e total do ABC/ICA

 Observamos que a amostra apresenta escore médio de 29,4 no total do ABC/ICA. Escore médio de 3,1 estímulo sensorial, 5,0 em relacionamento, 6,5 em corpo e uso de objeto e escores médios em torno de 7,0 em linguagem e ajuda social e pessoal.


       

FIGURA 2: Distribuição dos escores médios na área  de Estímulo Sensorial




FIGURA 3: Distribuição dos escores médios na área  relacionamento





FIGURA 4: Distribuição dos escores médios na área  corpo e uso de objeto



FIGURA 5: Distribuição dos escores médios na área de Linguagem





FIGURA 6: Distribuição dos escores médios na área ajuda Pessoal e Social
Observamos que a criança 6 apresentou um escore médio de 23.





FIGURA 7
Observamos  que a criança 6 obteve escore médio de 82; a criança 11 escore médio de 73 e a criança 12 escore médio de 69.





FIGURA 8: Distribuição dos escores médios por áreas e  total do ABC/ICA, por crianças.
Três crianças apresentaram pontuação acima de 68 no total do ABC/ICA.
As áreas relacionamento, linguagem, corpo e uso de objeto apresentaram uma pontuação em torno de 19 para estas crianças.



6.DISCUSSÃO


Observou-se que nos resultados obtidos por meio  da escala de triagem Autism Behavior Checklist (ABC/ICA) todos os comportamentos atípicos não  tiveram pontuações acentuadas nas áreas e no total da escala, comportamentos atípicos  relacionados à   ajuda pessoal e social, corpo e uso de objeto, linguagem  apareceram em algumas crianças do estudo.
Interessante ressaltar que, de acordo com o DSM V(2014) as crianças  que demonstram suspeita para autismo apresentam linguagem expressiva, o que destaca ainda mais  suas dificuldades para comunicação social. Em indivíduos com fala normal, destaca-se a diminuição da habilidade de iniciar ou manter uma conversar com outra pessoa. Ausência de ações espontâneas e imaginárias, ou ações de imitação social que são apropriadas para o nível de desenvolvimento. Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades. Obsessão por um ou mais padrões estereotipados. Hábitos motores estereotipados e repetitivos, como por exemplo, agitação ou torção das mãos ou dedos, movimentos corporais complexos. Obsessão por partes de objetos.
Estudos têm buscado identificar a idade dos primeiros sintomas do transtorno do espectro autista, por meio de entrevistas feitas com os pais de crianças diagnósticas com esse transtorno. Os resultados demonstram que os primeiros sintomas no desenvolvimento são percebidos pelos pais durantes os dois primeiros anos de vida. Foi observado que quanto menor a idade criança, mais cedo o reconhecimento dos primeiros sintomas pelos pais.(ZANON; BACKES; BOSA, 2014)
No nosso estudo as crianças mais novas apresentaram suspeita para o autismo. Na aplicação da escala Autism Behavior Checklist(ABC/IC) foi observado que a escala é um instrumento relevante para a identificação do autismo infantil.
Nos dados obtidos na aplicação do Autism Behavior Checklist (ABC/IC) foi verificado três crianças com pontuação alta. Uma criança do sexo feminino apresentou pontuação de 67, isso demostra uma moderada probabilidade para autismo infantil. Duas crianças do sexo masculino tiveram pontuação superior a 68, isso demonstra a probabilidade para classificação do autismo infantil. Assumpção e Pimental (2000) mencionam que aproximadamente 1 a 5 casos em cada 10.000 crianças, numa proporcionalidade de 2 a 3 homens para 1 mulher.  É verificado uma quantidade maior do sexo masculino.


7. CONCLUSÃO

A partir de uma revisão bibliográfica estudamos  a evolução do conceito de autismo infantil, os critérios de diagnósticos CID 10, DSM IV, DSM 5, as escalas de triagens utilizadas para nortear o diagnóstico do autismo infantil, e aplicação da escala de triagem Autism Behavior Checklist(ABC/ICA) por meio de entrevistas com mães de crianças de 3 a 10 anos.
O espectro autístico caracteriza-se por impedimentos graves e crônicos nas áreas da interação social, comunicação  e interesses. Nestes transtornos existem várias manifestações clínicas, é  relevante ressaltar as dificuldades na área da comunicação verbal e não verbal, pois ocasionam um impacto significativo na inserção social e cultural dos sujeitos  com  essas condições clínicas.(TAMANAHA; PERISSINOTI; CHIARI, 2008)
É essencial um diagnóstico precoce do autismo infantil para que a intervenção seja mais efetiva e auxilie no desenvolvimento da criança com transtorno do espectro autista. Um instrumento utilizado para identificar comportamento autístico é o Autism Behavior Checklist(ABC/IC).
O Autism Behavior Checklist (ABC/IC) foi elaborado para fazer uma triagem inicial com crianças com suspeita do transtorno, e assim para uma contribuição de um diagnóstico diferencial e encaminhamento para intervenção educacional.(MARTELETO; PEDROMÔNICO, 2003)
 Conclui-se, portanto, que a escala de triagem Autism Behavior Checklist (ABC/IC) aplicada nesse estudo demonstrou  que  é um instrumento relevante  para identificação do autismo infantil. Marteleto e Pedromônico (2003) ressaltam que a escala tem sido utilizada na clínica e no contexto educacional.



REFERÊNCIAS

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