quinta-feira, 4 de junho de 2015

Resenha feita em grupo:

Resenha do filme Os Contos proibidos do Marquês de Sade

O filme retrata a trajetória real de um escritor que abalou a sociedade francesa do final do século XVII, no período monárquico de Napoleão Bonaparte. A história relata os últimos anos de vida do escritor Marquês de Sade que ficou recluso no manicômio de Charenton. O Marquês de Sade tinha alguns privilégios, como um quarto com todo aparato para assim poder escrever suas obras como uma maneira de canalizar seus impulsos violentos e sexuais.
Sade conseguia manter sua literatura na atividade, pois com a colaboração de algumas pessoas, como a camareira Madelaine, com quem manteve um elo forte de atração e amizade, enviava seus escritos à editora a fim de ser publicados.  Porém, com a intencionalidade de impedir esses escritos é designado um novo médico para o manicômio.
O filme os contos proibidos do Marquês de Sade demonstra como a literatura tem o poder de mudar e a capacidade de persuadir os pensamentos de muitas pessoas, utilizando dos argumentos do prazer e aflorando a sexualidade, e demonstra, ainda, como as pessoas são propensas às influências nas leituras.
Ao analisarmos esse filme, observamos que todos os personagens possuem características da perversão, sendo que a intenção é de realizar um entendimento por meio da psicanálise. O escritor era responsável em revelar os desejos mais recalcados de libertinagem, em uma época em que prevalecia a moral baseada na obediência. Sade utilizava dos recursos de seus escritos sádicos demonstrando que se deviam gozar os prazeres não como algo proibido. Sua obsessão pela escrita era a de escrever em qualquer lugar, de qualquer modo, tiraram a pena, escreveu com vinho, escreveu com o próprio sangue, em uma busca insana para satisfazer seu prazer em escrever seus contos no sofrimento do leito de morte, busca de forma chocante escrever seu último conto com seus excrementos.
 Podemos ressaltar a cena do filme em que a esposa do médico do manicômio, por meio da leitura dos contos de Sade libertou-se de desejos oprimidos, dos quais  ela não poderia sentir com seu esposo, pois tinha severidade e acreditava que o prazer era uma via de mão única.  Ao contrário de seu amante, que juntos viviam momentos de intenso prazer, demonstrando que ter prazer não é algo proibido. Marquês de Sade demonstra o poder de persuasão em seus escritos, pois a instancia do ID estava presente em seus contos.
Outra cena do filme em que o Abade sente uma culpa profunda por não ter conseguido conter os instintivos mais perversos do Marquês de Sade, em que Madelaine é morta por um paciente que foi tomado pelo desejo insano de matar, provocado pelo escrito de Sade. Após a morte de Madelaine o Abade é tomado por um sentimento de culpa, por seu amor a ela, Abade entra num estado deplorável de culpa, um masoquismo moral.
O desejo que o Abade sente por Madelaine torna-o fora de si. Deseja-a cada vez mais, e seu inconsciente traz lembranças da donzela sendo que num momento de desprendimento do corpo, sonha com a amada e se entrega ao prazer. Neste momento o ID se torna o comandante de seus mais insanos desejos por essa mulher, que pelo fato de ser padre, num momento consciente não pode tê-la em seus braços.
Em outra cena o Abade é tomado por um sentimento horrendo de fúria e necessidade de vingança, e sem pensar nas consequências e regras impostas pela sociedade, desesperado, se entrega ao sentimento de rancor e decide fazer justiça com suas próprias mãos. Esse sentimento de vingança faz com que Abade corta a língua do Marquês de Sade e entrega ao médico do manicômio. Nesse momento, o superego entra em ação e o faz sentir culpado por todas as ações realizadas até o momento.
A partir desse momento o Abade se torna escravo dos seus pensamentos mais profundos, onde o seu ID toma conta de todas as instâncias, e a necessidade de escrever, colocar no papel os seus desejos mais insanos, agora o perturbam de tal forma que ele assume o papel que o escritor Sade tinha antes.
Conclui que Sade com seus contos proibidos provocou um "mal estar na civilização", pois todos aqueles que de tal forma, puderam ler esses contos, tiveram suas vidas transformadas. O sadismo e o masoquismo estão presentes em seus contos a todo tempo, não como duas vertentes separadas, mas sim como duas vertentes em uma mesma perversão, ou seja, o sádico era o mesmo tempo um masoquista, assim não existia uma predominância que caracterizasse a atividade passiva ou ativa que predominasse na perversão.
Diante disso, de alguma forma, pode-se dizer que o filme demonstra a implícita reflexão de que todas as pessoas podem ter qualidades do escritor Sade, do Abade, do médico, da Madelaine, e, de outros personagens do filme, pois coloca uma questão fundamental que é a de como lidar com as paixões mais cruéis tendo a finalidade de encontrar um ponto de superação e de civilização.
Neste sentido, levando em consideração a linha teórica da psicanálise, indicamos o filme “Os contos proibidos do Marquês de Sade” e consideramo-nos didático dentro do ambiente Universitário para se trabalhar questões ligadas a essa linha, pois se abre um leque de discussão acerca de temas importantes da psicanálise como, por exemplo: o sadismo, o masoquismo, entre outros. Dando a oportunidade de observar essas vertentes aplicadas nos personagens.

























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