RESUMO
O
estágio básico II teve como eixo
norteador compreender o autismo
infantil, sua etiologia, a escala de
triagem Autism Behavior Checklist (ABC/ICA);
foi realizado através de levantamento bibliográfico com base de dados do Scielo. Os critérios de diagnósticos são
relevantes, pois auxiliam para um efetivo diagnóstico, assim possibilita
intervenções melhores no quadro evolutivo do portado do transtorno do espectro
autista. Para um entendimento mais objetivo do transtorno, apresentou-se a
Classificação Internacional de Doença (CID 10), o Manual de Diagnóstico e
Estático (DSM- IV e DSM 5), e algumas escalas de triagem utilizadas, e a partir
destes critérios diagnósticos foi possível a investigação de como esses
critérios funcionam. Foi realizado também a aplicação da escala de triagem
Autism Behavior Checklist (ABC), em mães de crianças de 3 à 10 anos de idade,
através de entrevistas tabulados e por meio
de figuras. Concluímos que o instrumento utilizado nesse estudo apresentou
índices satisfatórios para investigar suspeitas de autismo, mostrando objetividade no que se propõe, e de fácil aplicação.
PALAVRAS
CHAVE: autismo infantil, triagem de escala, Autism Behavior Checklist
(ABC/ICA), diagnóstico precoce.
1.INTRODUÇÃO
Este trabalho enfatiza a relevância do estudo do
tema autismo e o entendimento da escala de triagem Autism Behavior Checklist
(ABC/ICA). É, também, pertinente para melhor compreensão acerca do diagnóstico do
transtorno do espectro autista.
Assumpção
e Pimental (2000) ressaltam que no ano de 1942 Kanner descreveu sobre
distúrbios autísticos do contato afetivo, foi caracterizado por autismo
extremo, estereotipias, ecolia e obsessividade. Esses sinais vistos por ele
foram percebidos como uma doença relacionada a linha da esquizofrenia. No ano
de 1956, Kanner continuou na descrição do quadro como uma psicose, pois todos
os exames clínicos e laboratoriais eram incapazes de prover dados compactos no
que se relacionava a sua etiologia.
Asperger
no ano de 1944 fez um estudo em que definiu um distúrbio em que denominou
psicopatia autística manifestada por transtorno severo na interação social, e
sua incidência apenas no sexo masculino.(TAMANAHA; PERISSINOTI; CHIARI, 2008)
A
ideia da existência de fatores genéticos estão relacionados na etiologia do
autismo. Inúmeras evidências foram acumuladas e assim evidenciando o papel dos
genes, das quais vieram tanto da genética mendeliana clássica, concordância em
gêmeos monozigóticos, comorbidade com síndrome monogênica. O autismo e o
transtorno do espectro do autismo representam o quadro neuropsiquiátrico de
maior herdabilidade. Sobre a importância do diagnóstico do transtorno do espectro
autista não existem exames a serem solicitados para a investigação genética em
pacientes com diagnóstico suspeito de TEA.(BRUNONI, 2014)
É relevante
ressaltar as características clínicas evolutivas detectadas por período da
criança com autismo. No recém nascido: parece diferente dos outros bebês,
parece não precisar de sua mãe, raramente chora, torna-se rígido quando é pego
no colo.( COSTA; MAIA,1998)
A manifestação do autismo é observada desde os
primeiros dias de vida da criança, o que chama a atenção dos pais é que a
criança é calma demais, sonolenta, ou chora sem consolo, a queixa de alguns
pais é que o bebe não gosto de colo ou rejeita. É verificado posteriormente
pelos pais que o bebê não imita, não consegue se comunicar com gestos, que são
percebidos na maioria dos bebês, como por exemplo acenar com as mãos para
cumprimentar ou despedir. O aparecimento de movimentos repetitivos com as mãos,
com o corpo, hábitos como morder-se, morder as roupas. (MELLO, 2007)
Conforme
Brunoni(2014) é sempre relevante pensar nos diferentes instrumentos
diagnósticos mencionados na
caracterização do fenótipo cognitivo comportamental, pois se o diagnóstico de
transtorno do espectro autista não for bem estabelecido existirá uma
desnecessária profusão de indicações de exames genéticos. Diante disso, o
médico deve conhecer os fundamentos clínicos do transtorno do espectro
autista para poder diagnosticar.
O
TEA tem sintomas no comprometimento de três áreas específicas do
desenvolvimento: déficits de habilidades comunicativas verbais e não verbais,
déficits de habilidades sociais, presença de comportamentos restritivos,
repetitivos e estereotipados. ( RAMOS; SILVA; SEAGER; OLIVEIRA; ALMEIDA, 2014)
O transtorno do espectro autista é
entendido como uma síndrome comportamental complexa com etiologias múltiplas,
com fatores genéticos e ambientais, mas as bases biológicas que buscam explicar
a complexidade do transtorno são parcialmente conhecidas. O diagnóstico e
identificação são baseados nos comportamentos apresentados na história do
desenvolvimento de cada sujeito.( ZANON; BACKERS; BOSA,2014)
A falta de iniciativa, espontaneidade e reciprocidade que constitui o grande
marcador do autismo. Seria injusto reduzir a questão do apego a comportamentos
que compõem os critérios diagnósticos. Uma alternativa para se conduzir estudos
comparativos sobre apego, entre crianças com autismo e controles, seria abolir
a ênfase no comportamento ativo, enquanto medida de intensidade do
comportamento.( SANINI; FERREIRA; DAMASCENO, 2008)
Segundo
Zanon,Backes e Bosa (2014) os critérios
diagnósticos do DSM 5, as primeiras manifestações do TEA aparecem antes dos 36
meses de idade. Dados demostram que a maior parte das crianças apresentam
problemas no desenvolvimento entre 12 e 24 meses, mas alguns desvios
qualitativos no desenvolvimento aparecem antes dos 12 meses. Estudam apontam
que a intervenção precoce é essencial para que essa intervenção desempenhe um
papel relevante, devido a plasticidade cerebral.
É pertinente os critérios de diagnósticos do
transtorno do espectro autista que de acordo com CID 10 está como F84.0, um transtorno invasivo do desenvolvimento, que
tem por definição pela presença de desenvolvimento anormal ou comprometimento,
que a manifestação ocorre antes da idade de 3 anos.(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE
SAÚDE, 1993)
Os critérios para diagnósticos do autismo verificado por meio
de pelo menos 8 dos 16 itens especificados. Que são prejuízos na interação social recíproca,
dificuldade em usar adequadamente o contato ocular. Dificuldade no
desenvolvimento de relação de interação com o outro. Na comunicação, ausência
de uso social da linguagem, e reciprocidade em diálogos. Padrões restritos,
repetitivos e estereotipados de comportamento. Apego específico a objetos
incomuns. Hábitos motores estereotipados e repetitivos. Ansiedade com relação a
mudanças de ambiente.( ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE,1993)
De acordo com o DSM IV, os transtornos
invasivos do desenvolvimento / transtornos geralmente diagnosticados pela
primeira vez na infância ou adolescência. Os transtornos invasivos são
caracterizados por prejuízos severos em diversas áreas do desenvolvimento,
habilidades de interação social, habilidades de comunicação, atividades
estereotipadas. Nessa seção está: transtorno autista, transtorno de Rett, Transtorno Desintegrativo da
Infância, transtorno de Asperger e Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Sem
Outra Especificação. Esses transtornos se manifestam nos primeiros anos de
vida.
No ano de 2014 foi elaborado um novo DSM o 5 em que foi
agrupado em única classificação os transtornos para que seja mais claro a
avaliação, pois entende-se que existe uma intensidade, grau e combinação
possível dos sintomas que caracterizam o transtorno do espectro autista, pois
os sujeitos diagnosticados com transtorno do espectro autista podem tem a
tendência de ter uma combinação dos sintomas e graus diferentes que podem ser
de leves a severos. (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSQUIATRIA, 2014)
Os
critérios de diagnósticos de acordo com o DSM V são déficits na comunicação
social e na interação social. Padrões restritos e repetitivos de comportamento.
Hiper ou hiporsensibilidade a estímulos sensoriais, ou interesse incomum por
aspectos sensoriais do ambiente. Os especificadores da gravidade foram dividido
por meio de nível de gravidade em leve, moderado e grave. (ASSOCIAÇÃO AMERICANA
DE PSQUIATRIA, 2014)
Segundo
Caminha (2013) o autismo não é explicado totalmente pelos termos sensoriais,
problemas sensórios-perspectivos parecem possuir um fator importante para o
transtorno. Nas últimas décadas tem surgido diferentes concepções de autismo
que consideram anormalidades nas percepções sensoriais. As dificuldades de
processamento sensorial no autismo e suas relações com os principais sintomas
do transtorno não são tão investigados.
Como
é observado sobre hiper ou hiporsensibilidade de estímulos sensoriais nas crianças
com transtorno do espectro autista são várias ideias relacionadas com problemas
sensoriais no autismo, mas ainda não são considerados para um diagnóstico
oficial, mas é percebido que esse agravante dos problemas sensoriais afetam o
dia a dia dos autistas.(CAMINHA, 2013)
No transtorno do espectro
autista existem várias manifestações clínicas, é relevante ressaltar as
dificuldades na área da comunicação verbal e não verbal, pois ocasionam um
impacto significativo na inserção social e cultural dos sujeitos com essas condições clínicas. A intervenção
fonouadiológica é enfatizada com uma
maneira de adequação social do comportamento comunicativo e assim possibilitar
uma inclusão melhor da criança com TEA em seu meio social. É importante a
participação da família nas condutas terapêuticas. (TAMANAHA; PERISSINOTI;
CHIARI, 2008)
Júnior,
Kuczynski e Gabriel (1999) afirmam que a identificação de autismo é muito
importante, e existem instrumentos que auxiliam no diagnóstico do transtorno do
espectro autista, as escalas de avaliação permitem determinar as condutas apresentadas de maneira a se estabelecer um
diagnóstico de maior confiabilidade. Podem ser aplicadas na criança para
avaliação de aspectos específicos do comportamento. A escala é aplicada por
profissional que conhece o quadro, não necessariamente médico, mas sendo ele o
responsável pela avaliação das respostas dadas. Pode ser aplicada a partir dos
dois anos. A aplicação de 20 a 25 minutos.
Santos, Moraes e Rondini (2011) ressaltam
que a
aplicação de testes auxiliam para um diagnóstico precoce e assim contribuir
para a melhora no prognóstico da doença.
Alguns instrumentos padronizados e validados no Brasil, entre eles: A Escala de
Avaliação Traços Autísticos (ATA),a Childhood Autism Rating Scale(CARS),
A Autism Diagnostic Interview-Revisedou
Entrevista Diagnóstica para o Autismo Revisada (ADI-R),O Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT),
Autism Screening Questionnaireou
Social Communication Questionnaire(SCQ),
o Sreening Tool for Autism in Two Years
Old(STAT); o Developmental Behaviour
Checklist(DBC); o Checklist for
Autism in Toddlers(CHAT).
A escala SCQ é composta de 40 questões e diferencia
autismo de retardo mental em maiores de 4 anos. A STAT é uma avaliação
interativa de crianças entre 24 e 35 meses de idade, que é realizada por um médico treinado. A DBC é uma escala
com 96 itens, com objetivo de avaliar problemas emocionais e comportamentais em
crianças com déficit intelectual. A CHAT foi desenvolvida para identificar
crianças com risco de autismo aos 18 meses de idade. ( LOSAPIO; PONDÉ,2008)
Losapio e Pondé (2008) afirmam que uma das escalas de avaliação mais usadas
é a CARS, em que consiste em uma
entrevista que contém 15 itens e é
realizada com os pais ou responsáveis de
uma criança autista maior de 2 anos de idade.
A variedade de
instrumentos e escalas utilizadas no mundo, mas cada uma com uma aplicação
específica, depende da finalidade e da idade da criança. O instrumento IRDI
(Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil) foi
desenvolvido e validado por um grupo de especialistas brasileiros para uso de
profissionais da saúde, para assim possam ser observados os comportamentos da
mãe-bebê e poder apontar sinais de risco para o desenvolvimento infantil. É
composto por 31 indicadores, observáveis nos primeiros 18 meses de vida da
criança.( MACHADO; LERNER; NOVAES; PALLADINO; CUNHA, 2014)
Rapin e Goldman (2015) mencionam que os instrumentos
de triagem, como a CARS, foram criados para ser eficientes na clínica, pois a
triagem exige confirmação clínica. A CARS é a escala que exige pouco
treinamento e já utilizada há mais de 3
anos, é usada em diversos países. A CARS usa uma escala de gravidade em quatro
pontos: déficit ausente, leve, moderado ou grave, para cada um de 14 comportamentos
bem descritos. No sistema DSM/CID, baseados em 12 descritores de comportamento
em três domínios comportamentais.
Um outro instrumento utilizado para identificação e
caracterização do transtorno do espectro autista é o Autism Behavior Checklist (ABC) Tamanaha,
Marteleto(2014) ressaltam que Autism Behavior Checklist (ABC) é
composto por uma lista de comportamentos não adaptativos que busca a
identificação de crianças autistas. É usado
no processo de diagnóstico inicial com indivíduos com suspeitas de
autismo.
De acordo com Tamanaha e Marteleto (2014) o Autism
Behavior Checklist (ABC) que a aplicação pode ser realizada a partir
de 18 meses de idade até a vida adulta, pois permite em uma descrição
detalhadamente das características comportamentais atípicas de cada indivíduo.
O Autism Behavior Checklist (ABC)
considera variadas áreas do desenvolvimento, nove comportamentos não
adaptativos na área sensorial, 13 para linguagem, 12 na área relacional, 12 para uso de corpo e objeto e 11 para área
pessoal social. Os comportamentos que descrevem melhor o sujeito são marcados e
os pontos são somados. Por meio da pontuação geral é que traça um perfil
comportamental, e assim permite por meio de uma análise clínico para acompanhar
o desenvolvimento de seus pacientes.(TAMANAHA; MARTELETO,2014)
Probabilidade
alta para identificação do autismo é uma pontuação igual a 68 é considerada
alta para identificação do autismo.
Pontuação entre 67 e 54 há moderada probabilidade, entre 53 e 47
tem baixa probabilidade. (TAMANAHA; MARTELETO,2014)
Portanto
é essencial conhecer, compreender e a aplicação
da Autism Behavior Checklist (ABC)
para nortear o diagnóstico do transtorno do espectro autista.
2.JUSTIFICATIVA
É
relevante conhecer e compreender o transtorno do espectro autista e observar a
aplicação da escala de
triagem Autism Behavior Checklist (ABC/ICA),
e de suma importância o conhecimento da
escala como instrumento para auxiliar no diagnóstico precoce do
autismo infantil, possibilitando uma intervenção precoce, para melhores resultados na vida do sujeito com transtorno
do espectro autista.
3.OBJETIVO
I
- Compreender o
transtorno do espectro autista, bem como a sua etiologia, por meio de
levantamento bibliográfico de artigos que descrevem esse transtorno.
II
- Conhecer
a escala de triagem Autism Behavior Checklist (ABC/ICA), e observar a
aplicabilidade da mesma, através das entrevistas realizadas com mães de crianças
de 3 a 10 anos de idade.
4.MÉTODO
Para se compreender o autismo infantil, foi
realizado levantamento bibliográfico de artigos referentes a esse tema, em base
de dados SCIELO. E com o intuito de observar e compreender a aplicação e
análise da escala de triagem Autism
Behavior Checklist
(ABC/ICA), foi realizado entrevistas
com mães de crianças com idade entre 3 à 10 anos, com idade média de 5 anos.
As
participantes possuíam em média 35 anos de idade. Duas delas possui ensino
superior completo e dez têm o segundo grau completo, e as crianças de ambos os
sexos em fase de desenvolvimento normal e inseridas na escola. O instrumento
utilizado foi aplicado individualmente, assim nessas entrevistas se tem por
finalidade, compreender função e aplicação de uma escala de triagem. A análise dos
dados coletados será quantitativa, ou seja, após tabular-se os mesmos, eles
serão transformados em gráficos.
5.
RESULTADO
Os
resultados serão apresentados por meio
de análise descritiva dos dados encontrados após a aplicação do ABC/ICA.
A figura 1 apresenta a distribuição do escore médio das
áreas e do total do ABC/ICA.
FIGURA
1:
Distribuição dos escores médios por área e total do ABC/ICA
Observamos que a
amostra apresenta escore médio de 29,4 no total do ABC/ICA. Escore médio de 3,1
estímulo sensorial, 5,0 em relacionamento, 6,5 em corpo e uso de objeto e
escores médios em torno de 7,0 em linguagem e ajuda social e pessoal.
FIGURA 2: Distribuição dos
escores médios na área de Estímulo
Sensorial
FIGURA 4: Distribuição dos
escores médios na área corpo e uso de
objeto
Observamos que a criança 6 apresentou
um escore médio de 23.
FIGURA 7
Observamos que a criança 6 obteve escore médio de 82; a
criança 11 escore médio de 73 e a criança 12 escore médio de 69.
FIGURA
8:
Distribuição dos escores médios por áreas e total do ABC/ICA, por crianças.
Três crianças apresentaram pontuação acima de 68 no total do
ABC/ICA.
As áreas relacionamento, linguagem, corpo e uso de objeto
apresentaram uma pontuação em torno de 19 para estas crianças.
6.DISCUSSÃO
Observou-se
que nos resultados obtidos por meio da
escala de triagem Autism
Behavior Checklist (ABC/ICA) todos os comportamentos
atípicos não tiveram pontuações
acentuadas nas áreas e no total da escala, comportamentos atípicos relacionados à ajuda
pessoal e social, corpo e uso de objeto, linguagem apareceram em algumas crianças do estudo.
Interessante ressaltar
que, de acordo com o DSM V(2014) as crianças
que demonstram suspeita para autismo apresentam linguagem expressiva, o
que destaca ainda mais suas dificuldades
para comunicação social. Em indivíduos com fala
normal, destaca-se a diminuição da habilidade de iniciar ou manter uma
conversar com outra pessoa. Ausência de ações espontâneas e imaginárias, ou
ações de imitação social que são apropriadas para o nível de desenvolvimento.
Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e
atividades. Obsessão por um ou mais padrões estereotipados. Hábitos motores
estereotipados e repetitivos, como por exemplo, agitação ou torção das mãos ou
dedos, movimentos corporais complexos. Obsessão por partes de objetos.
Estudos têm
buscado identificar a idade dos primeiros sintomas do transtorno do espectro
autista, por meio de entrevistas feitas com os pais de crianças diagnósticas
com esse transtorno. Os resultados demonstram que os primeiros sintomas no
desenvolvimento são percebidos pelos pais durantes os dois primeiros anos de
vida. Foi observado que quanto menor a idade criança, mais cedo o
reconhecimento dos primeiros sintomas pelos pais.(ZANON; BACKES; BOSA, 2014)
No nosso estudo
as crianças mais novas apresentaram suspeita para o autismo. Na aplicação da
escala Autism Behavior Checklist(ABC/IC) foi observado que a escala é um instrumento
relevante para a identificação do autismo infantil.
Nos dados obtidos na
aplicação do Autism Behavior Checklist (ABC/IC)
foi verificado três crianças com pontuação alta. Uma criança do sexo feminino
apresentou pontuação de 67, isso demostra uma moderada probabilidade para
autismo infantil. Duas crianças do sexo masculino tiveram pontuação superior a
68, isso demonstra a probabilidade para classificação do autismo infantil. Assumpção
e Pimental (2000) mencionam que aproximadamente 1 a 5 casos em cada 10.000
crianças, numa proporcionalidade de 2 a 3 homens para 1 mulher. É verificado uma quantidade maior do sexo
masculino.
7. CONCLUSÃO
A partir de uma revisão
bibliográfica estudamos a evolução do
conceito de autismo infantil, os critérios de diagnósticos CID 10, DSM IV, DSM
5, as escalas de triagens utilizadas para nortear o diagnóstico do autismo
infantil, e aplicação da escala de triagem Autism Behavior Checklist(ABC/ICA) por meio de entrevistas com mães de
crianças de 3 a 10 anos.
O espectro autístico
caracteriza-se por impedimentos graves e crônicos nas áreas da interação
social, comunicação e interesses. Nestes
transtornos existem várias manifestações clínicas, é relevante ressaltar as dificuldades na área
da comunicação verbal e não verbal, pois ocasionam um impacto significativo na
inserção social e cultural dos sujeitos
com essas condições clínicas.(TAMANAHA;
PERISSINOTI; CHIARI, 2008)
É essencial um
diagnóstico precoce do autismo infantil para que a intervenção seja mais
efetiva e auxilie no desenvolvimento da criança com transtorno do espectro
autista. Um instrumento utilizado para identificar comportamento autístico é o Autism Behavior Checklist(ABC/IC).
O Autism Behavior Checklist
(ABC/IC) foi elaborado para fazer uma triagem inicial com crianças com suspeita
do transtorno, e assim para uma contribuição de um diagnóstico diferencial e
encaminhamento para intervenção educacional.(MARTELETO; PEDROMÔNICO, 2003)
Conclui-se, portanto, que
a escala de triagem Autism Behavior Checklist (ABC/IC) aplicada nesse estudo demonstrou que é
um instrumento relevante para identificação
do autismo infantil. Marteleto e Pedromônico (2003) ressaltam que a escala tem sido
utilizada na clínica e no contexto educacional.
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