terça-feira, 9 de junho de 2015

RESUMO


O estágio básico II  teve como eixo norteador   compreender o autismo infantil, sua etiologia,  a escala de triagem Autism Behavior Checklist (ABC/ICA);  foi realizado através de levantamento bibliográfico  com base de dados  do Scielo. Os critérios de diagnósticos são relevantes, pois auxiliam para um efetivo diagnóstico, assim possibilita intervenções melhores no quadro evolutivo do portado do transtorno do espectro autista. Para um entendimento mais objetivo do transtorno, apresentou-se a Classificação Internacional de Doença (CID 10), o Manual de Diagnóstico e Estático (DSM- IV e DSM 5), e algumas escalas de triagem utilizadas, e a partir destes critérios diagnósticos foi possível a investigação de como esses critérios funcionam. Foi realizado também a aplicação da escala de triagem Autism Behavior Checklist (ABC), em mães de crianças de 3 à 10 anos de idade, através  de entrevistas tabulados e por meio de figuras. Concluímos que o instrumento utilizado nesse estudo apresentou índices satisfatórios para investigar suspeitas de autismo, mostrando  objetividade no que se propõe,  e de fácil aplicação.





PALAVRAS CHAVE: autismo infantil, triagem de escala, Autism Behavior Checklist (ABC/ICA), diagnóstico precoce.

1.INTRODUÇÃO


Este  trabalho enfatiza a relevância do estudo do tema autismo e o entendimento da escala de triagem Autism Behavior Checklist (ABC/ICA). É, também, pertinente  para  melhor compreensão acerca do diagnóstico do transtorno do espectro autista.
Assumpção e Pimental (2000) ressaltam que no ano de 1942 Kanner descreveu sobre distúrbios autísticos do contato afetivo, foi caracterizado por autismo extremo, estereotipias, ecolia e obsessividade. Esses sinais vistos por ele foram percebidos como uma doença relacionada a linha da esquizofrenia. No ano de 1956, Kanner continuou na descrição do quadro como uma psicose, pois todos os exames clínicos e laboratoriais eram incapazes de prover dados compactos no que se relacionava a sua etiologia.
Asperger no ano de 1944 fez um estudo em que definiu um distúrbio em que denominou psicopatia autística manifestada por transtorno severo na interação social, e sua incidência apenas no sexo masculino.(TAMANAHA; PERISSINOTI; CHIARI, 2008)
A ideia da existência de fatores genéticos estão relacionados na etiologia do autismo. Inúmeras evidências foram acumuladas e assim evidenciando o papel dos genes, das quais vieram tanto da genética mendeliana clássica, concordância em gêmeos monozigóticos, comorbidade com síndrome monogênica. O autismo e o transtorno do espectro do autismo representam o quadro neuropsiquiátrico de maior herdabilidade. Sobre a importância do diagnóstico do transtorno do espectro autista não existem exames a serem solicitados para a investigação genética em pacientes com diagnóstico suspeito de TEA.(BRUNONI, 2014)
É relevante ressaltar as características clínicas evolutivas detectadas por período da criança com autismo. No recém nascido: parece diferente dos outros bebês, parece não precisar de sua mãe, raramente chora, torna-se rígido quando é pego no colo.( COSTA; MAIA,1998)
A manifestação do autismo é observada desde os primeiros dias de vida da criança, o que chama a atenção dos pais é que a criança é calma demais, sonolenta, ou chora sem consolo, a queixa de alguns pais é que o bebe não gosto de colo ou rejeita. É verificado posteriormente pelos pais que o bebê não imita, não consegue se comunicar com gestos, que são percebidos na maioria dos bebês, como por exemplo acenar com as mãos para cumprimentar ou despedir. O aparecimento de movimentos repetitivos com as mãos, com o corpo, hábitos como morder-se, morder as roupas. (MELLO, 2007)
Conforme Brunoni(2014) é sempre relevante pensar nos diferentes instrumentos diagnósticos  mencionados na caracterização do fenótipo cognitivo comportamental, pois se o diagnóstico de transtorno do espectro autista não for bem estabelecido existirá uma desnecessária profusão de indicações de exames genéticos. Diante disso, o médico deve conhecer os fundamentos clínicos do transtorno do espectro autista  para poder diagnosticar.
O TEA tem sintomas no comprometimento de três áreas específicas do desenvolvimento: déficits de habilidades comunicativas verbais e não verbais, déficits de habilidades sociais, presença de comportamentos restritivos, repetitivos e estereotipados. ( RAMOS; SILVA; SEAGER; OLIVEIRA; ALMEIDA, 2014)
O transtorno do espectro autista é entendido como uma síndrome comportamental complexa com etiologias múltiplas, com fatores genéticos e ambientais, mas as bases biológicas que buscam explicar a complexidade do transtorno  são  parcialmente conhecidas. O diagnóstico e identificação são baseados nos comportamentos apresentados na história do desenvolvimento de cada sujeito.( ZANON; BACKERS; BOSA,2014)
A falta de iniciativa, espontaneidade e reciprocidade que constitui o grande marcador do autismo. Seria injusto reduzir a questão do apego a comportamentos que compõem os critérios diagnósticos. Uma alternativa para se conduzir estudos comparativos sobre apego, entre crianças com autismo e controles, seria abolir a ênfase no comportamento ativo, enquanto medida de intensidade do comportamento.( SANINI; FERREIRA; DAMASCENO, 2008)
Segundo Zanon,Backes e Bosa (2014)  os critérios diagnósticos do DSM 5, as primeiras manifestações do TEA aparecem antes dos 36 meses de idade. Dados demostram que a maior parte das crianças apresentam problemas no desenvolvimento entre 12 e 24 meses, mas alguns desvios qualitativos no desenvolvimento aparecem antes dos 12 meses. Estudam apontam que a intervenção precoce é essencial para que essa intervenção desempenhe um papel relevante, devido a plasticidade cerebral.
É pertinente os critérios de diagnósticos do transtorno do espectro autista que de acordo com CID 10 está como F84.0, um transtorno invasivo do desenvolvimento, que tem por definição pela presença de desenvolvimento anormal ou comprometimento, que a manifestação ocorre antes da idade de 3 anos.(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1993)
Os critérios para diagnósticos do autismo verificado por meio de pelo menos 8 dos 16 itens especificados. Que   são prejuízos na interação social recíproca, dificuldade em usar adequadamente o contato ocular. Dificuldade no desenvolvimento de relação de interação com o outro. Na comunicação, ausência de uso social da linguagem, e reciprocidade em diálogos. Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento. Apego específico a objetos incomuns. Hábitos motores estereotipados e repetitivos. Ansiedade com relação a mudanças de ambiente.( ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE,1993)
 De acordo com o DSM IV, os transtornos invasivos do desenvolvimento / transtornos geralmente diagnosticados pela primeira vez na infância ou adolescência. Os transtornos invasivos são caracterizados por prejuízos severos em diversas áreas do desenvolvimento, habilidades de interação social, habilidades de comunicação, atividades estereotipadas. Nessa seção está: transtorno autista, transtorno de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância, transtorno de Asperger e Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Sem Outra Especificação. Esses transtornos se manifestam nos primeiros anos de vida.
No ano de 2014 foi elaborado um novo DSM o 5 em que foi agrupado em única classificação os transtornos para que seja mais claro a avaliação, pois entende-se que existe uma intensidade, grau e combinação possível dos sintomas que caracterizam o transtorno do espectro autista, pois os sujeitos diagnosticados com transtorno do espectro autista podem tem a tendência de ter uma combinação dos sintomas e graus diferentes que podem ser de leves a severos. (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSQUIATRIA, 2014)
Os critérios de diagnósticos de acordo com o DSM V são déficits na comunicação social e na interação social. Padrões restritos e repetitivos de comportamento. Hiper ou hiporsensibilidade a estímulos sensoriais, ou interesse incomum por aspectos sensoriais do ambiente. Os especificadores da gravidade foram dividido por meio de nível de gravidade em leve, moderado e grave. (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSQUIATRIA, 2014)
Segundo Caminha (2013) o autismo não é explicado totalmente pelos termos sensoriais, problemas sensórios-perspectivos parecem possuir um fator importante para o transtorno. Nas últimas décadas tem surgido diferentes concepções de autismo que consideram anormalidades nas percepções sensoriais. As dificuldades de processamento sensorial no autismo e suas relações com os principais sintomas do transtorno não são tão investigados.
Como é observado sobre hiper ou hiporsensibilidade de estímulos sensoriais nas crianças com transtorno do espectro autista são várias ideias relacionadas com problemas sensoriais no autismo, mas ainda não são considerados para um diagnóstico oficial, mas é percebido que esse agravante dos problemas sensoriais afetam o dia a dia dos autistas.(CAMINHA, 2013)
No transtorno do espectro autista existem várias manifestações clínicas, é relevante ressaltar as dificuldades na área da comunicação verbal e não verbal, pois ocasionam um impacto significativo na inserção social e cultural dos sujeitos com  essas condições clínicas. A intervenção fonouadiológica   é enfatizada com uma maneira de adequação social do comportamento comunicativo e assim possibilitar uma inclusão melhor da criança com TEA em seu meio social. É importante a participação da família nas condutas terapêuticas. (TAMANAHA; PERISSINOTI; CHIARI, 2008)
Júnior, Kuczynski e Gabriel (1999) afirmam que a identificação de autismo é muito importante, e existem instrumentos que auxiliam no diagnóstico do transtorno do espectro autista, as escalas de avaliação permitem determinar as condutas apresentadas de maneira a se estabelecer um diagnóstico de maior confiabilidade. Podem ser aplicadas na criança para avaliação de aspectos específicos do comportamento. A escala é aplicada por profissional que conhece o quadro, não necessariamente médico, mas sendo ele o responsável pela avaliação das respostas dadas. Pode ser aplicada a partir dos dois anos. A aplicação de 20 a 25 minutos.
Santos, Moraes e Rondini (2011) ressaltam que a aplicação de testes auxiliam para um diagnóstico precoce e assim contribuir para a melhora no prognóstico da doença. Alguns instrumentos padronizados e validados no Brasil, entre eles: A Escala de Avaliação Traços Autísticos (ATA),a  Childhood Autism Rating Scale(CARS), A Autism Diagnostic Interview-Revisedou Entrevista Diagnóstica para o Autismo Revisada (ADI-R),O Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT), Autism Screening Questionnaireou Social Communication Questionnaire(SCQ), o Sreening Tool for Autism in Two Years Old(STAT); o Developmental Behaviour Checklist(DBC); o Checklist for Autism in Toddlers(CHAT).
A escala SCQ é composta de 40 questões e diferencia autismo de retardo mental em maiores de 4 anos. A STAT é uma avaliação interativa de crianças entre 24 e 35 meses de idade, que é realizada  por um médico treinado. A DBC é uma escala com 96 itens, com objetivo de avaliar problemas emocionais e comportamentais em crianças com déficit intelectual. A CHAT foi desenvolvida para identificar crianças com risco de autismo aos 18 meses de idade. ( LOSAPIO; PONDÉ,2008)
Losapio e Pondé (2008) afirmam  que uma das escalas de avaliação mais usadas é a CARS,  em que consiste em uma entrevista que contém  15 itens e é realizada  com os pais ou responsáveis de uma criança autista maior de 2 anos de idade.
A variedade de instrumentos e escalas utilizadas no mundo, mas cada uma com uma aplicação específica, depende da finalidade e da idade da criança. O instrumento IRDI (Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil) foi desenvolvido e validado por um grupo de especialistas brasileiros para uso de profissionais da saúde, para assim possam ser observados os comportamentos da mãe-bebê e poder apontar sinais de risco para o desenvolvimento infantil. É composto por 31 indicadores, observáveis nos primeiros 18 meses de vida da criança.( MACHADO; LERNER; NOVAES; PALLADINO; CUNHA, 2014)
Rapin e Goldman (2015) mencionam que os instrumentos de triagem, como a CARS, foram criados para ser eficientes na clínica, pois a triagem exige confirmação clínica. A CARS é a escala que exige pouco treinamento e já utilizada  há mais de 3 anos, é usada em diversos países. A CARS usa uma escala de gravidade em quatro pontos: déficit ausente, leve, moderado ou grave, para cada um de 14 comportamentos bem descritos. No sistema DSM/CID, baseados em 12 descritores de comportamento em três domínios comportamentais.
Um outro instrumento utilizado para identificação e caracterização do transtorno do espectro autista é o Autism Behavior Checklist (ABC) Tamanaha, Marteleto(2014) ressaltam que Autism Behavior Checklist (ABC) é composto por uma lista de comportamentos não adaptativos que busca a identificação de crianças autistas. É usado  no processo de diagnóstico inicial com indivíduos com suspeitas de autismo.
De acordo com Tamanaha e Marteleto (2014)  o Autism Behavior Checklist (ABC) que a aplicação pode ser realizada a partir de 18 meses de idade até a vida adulta, pois permite em uma descrição detalhadamente das características comportamentais atípicas de cada indivíduo.
O Autism Behavior Checklist (ABC) considera variadas áreas do desenvolvimento, nove comportamentos não adaptativos na área sensorial, 13 para linguagem, 12 na área relacional,  12 para uso de corpo e objeto e 11 para área pessoal social. Os comportamentos que descrevem melhor o sujeito são marcados e os pontos são somados. Por meio da pontuação geral é que traça um perfil comportamental, e assim permite por meio de uma análise clínico para acompanhar o desenvolvimento de seus pacientes.(TAMANAHA; MARTELETO,2014)
Probabilidade alta para identificação do autismo é uma pontuação igual a 68 é considerada alta para identificação do autismo.  Pontuação entre 67 e 54 há moderada probabilidade, entre  53 e 47  tem baixa probabilidade. (TAMANAHA; MARTELETO,2014)
Portanto é essencial conhecer, compreender e a aplicação  da Autism Behavior Checklist (ABC) para nortear o diagnóstico do transtorno do espectro autista.


2.JUSTIFICATIVA

É relevante  conhecer e compreender  o transtorno do espectro autista e  observar a  aplicação da  escala de triagem  Autism Behavior Checklist (ABC/ICA), e de  suma importância o conhecimento da escala   como instrumento  para auxiliar no diagnóstico precoce do autismo infantil, possibilitando uma intervenção precoce, para melhores  resultados na vida do sujeito com transtorno do espectro autista.


3.OBJETIVO

I -  Compreender o transtorno do espectro autista, bem como a sua etiologia, por meio de levantamento bibliográfico de artigos que descrevem esse transtorno.

II - Conhecer a escala de triagem Autism Behavior Checklist (ABC/ICA), e observar a aplicabilidade da mesma, através das entrevistas realizadas com mães de crianças de 3 a 10 anos de idade.



4.MÉTODO

Para se compreender o autismo infantil, foi realizado levantamento bibliográfico de artigos referentes a esse tema, em base de dados SCIELO. E com o intuito de observar e compreender a aplicação e análise da escala de triagem Autism Behavior  Checklist (ABC/ICA), foi realizado entrevistas com mães de crianças com idade entre 3 à 10 anos, com idade média de 5 anos.
          As participantes possuíam em média 35 anos de idade. Duas delas possui ensino superior completo e dez têm o segundo grau completo, e as crianças de ambos os sexos em fase de desenvolvimento normal e inseridas na escola. O instrumento utilizado foi aplicado individualmente, assim nessas entrevistas se tem por finalidade, compreender função e aplicação de uma escala de triagem. A análise dos dados coletados será quantitativa, ou seja, após tabular-se os mesmos, eles serão transformados em gráficos.


5. RESULTADO


Os resultados serão apresentados  por meio de análise descritiva dos dados encontrados após a aplicação do ABC/ICA.
A figura 1 apresenta a distribuição do escore médio das áreas e do total do ABC/ICA.



FIGURA 1: Distribuição dos escores médios por área e total do ABC/ICA

 Observamos que a amostra apresenta escore médio de 29,4 no total do ABC/ICA. Escore médio de 3,1 estímulo sensorial, 5,0 em relacionamento, 6,5 em corpo e uso de objeto e escores médios em torno de 7,0 em linguagem e ajuda social e pessoal.


       

FIGURA 2: Distribuição dos escores médios na área  de Estímulo Sensorial




FIGURA 3: Distribuição dos escores médios na área  relacionamento





FIGURA 4: Distribuição dos escores médios na área  corpo e uso de objeto



FIGURA 5: Distribuição dos escores médios na área de Linguagem





FIGURA 6: Distribuição dos escores médios na área ajuda Pessoal e Social
Observamos que a criança 6 apresentou um escore médio de 23.





FIGURA 7
Observamos  que a criança 6 obteve escore médio de 82; a criança 11 escore médio de 73 e a criança 12 escore médio de 69.





FIGURA 8: Distribuição dos escores médios por áreas e  total do ABC/ICA, por crianças.
Três crianças apresentaram pontuação acima de 68 no total do ABC/ICA.
As áreas relacionamento, linguagem, corpo e uso de objeto apresentaram uma pontuação em torno de 19 para estas crianças.



6.DISCUSSÃO


Observou-se que nos resultados obtidos por meio  da escala de triagem Autism Behavior Checklist (ABC/ICA) todos os comportamentos atípicos não  tiveram pontuações acentuadas nas áreas e no total da escala, comportamentos atípicos  relacionados à   ajuda pessoal e social, corpo e uso de objeto, linguagem  apareceram em algumas crianças do estudo.
Interessante ressaltar que, de acordo com o DSM V(2014) as crianças  que demonstram suspeita para autismo apresentam linguagem expressiva, o que destaca ainda mais  suas dificuldades para comunicação social. Em indivíduos com fala normal, destaca-se a diminuição da habilidade de iniciar ou manter uma conversar com outra pessoa. Ausência de ações espontâneas e imaginárias, ou ações de imitação social que são apropriadas para o nível de desenvolvimento. Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades. Obsessão por um ou mais padrões estereotipados. Hábitos motores estereotipados e repetitivos, como por exemplo, agitação ou torção das mãos ou dedos, movimentos corporais complexos. Obsessão por partes de objetos.
Estudos têm buscado identificar a idade dos primeiros sintomas do transtorno do espectro autista, por meio de entrevistas feitas com os pais de crianças diagnósticas com esse transtorno. Os resultados demonstram que os primeiros sintomas no desenvolvimento são percebidos pelos pais durantes os dois primeiros anos de vida. Foi observado que quanto menor a idade criança, mais cedo o reconhecimento dos primeiros sintomas pelos pais.(ZANON; BACKES; BOSA, 2014)
No nosso estudo as crianças mais novas apresentaram suspeita para o autismo. Na aplicação da escala Autism Behavior Checklist(ABC/IC) foi observado que a escala é um instrumento relevante para a identificação do autismo infantil.
Nos dados obtidos na aplicação do Autism Behavior Checklist (ABC/IC) foi verificado três crianças com pontuação alta. Uma criança do sexo feminino apresentou pontuação de 67, isso demostra uma moderada probabilidade para autismo infantil. Duas crianças do sexo masculino tiveram pontuação superior a 68, isso demonstra a probabilidade para classificação do autismo infantil. Assumpção e Pimental (2000) mencionam que aproximadamente 1 a 5 casos em cada 10.000 crianças, numa proporcionalidade de 2 a 3 homens para 1 mulher.  É verificado uma quantidade maior do sexo masculino.


7. CONCLUSÃO

A partir de uma revisão bibliográfica estudamos  a evolução do conceito de autismo infantil, os critérios de diagnósticos CID 10, DSM IV, DSM 5, as escalas de triagens utilizadas para nortear o diagnóstico do autismo infantil, e aplicação da escala de triagem Autism Behavior Checklist(ABC/ICA) por meio de entrevistas com mães de crianças de 3 a 10 anos.
O espectro autístico caracteriza-se por impedimentos graves e crônicos nas áreas da interação social, comunicação  e interesses. Nestes transtornos existem várias manifestações clínicas, é  relevante ressaltar as dificuldades na área da comunicação verbal e não verbal, pois ocasionam um impacto significativo na inserção social e cultural dos sujeitos  com  essas condições clínicas.(TAMANAHA; PERISSINOTI; CHIARI, 2008)
É essencial um diagnóstico precoce do autismo infantil para que a intervenção seja mais efetiva e auxilie no desenvolvimento da criança com transtorno do espectro autista. Um instrumento utilizado para identificar comportamento autístico é o Autism Behavior Checklist(ABC/IC).
O Autism Behavior Checklist (ABC/IC) foi elaborado para fazer uma triagem inicial com crianças com suspeita do transtorno, e assim para uma contribuição de um diagnóstico diferencial e encaminhamento para intervenção educacional.(MARTELETO; PEDROMÔNICO, 2003)
 Conclui-se, portanto, que a escala de triagem Autism Behavior Checklist (ABC/IC) aplicada nesse estudo demonstrou  que  é um instrumento relevante  para identificação do autismo infantil. Marteleto e Pedromônico (2003) ressaltam que a escala tem sido utilizada na clínica e no contexto educacional.



REFERÊNCIAS

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American PsychiatricAssociation.Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, DSM-5. 5. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

ASSUMPÇÃO, Francisco B; PIMENTEL,Ana Cristina. Autismo Infantil. Revista Brasileira Psiquiatria,Belo Horizonte, 2000.

BRUNONI, Décio.Diagnóstico Etiológico dos transtornos do Espectro do Autismo: Quando e quais exames pedir?.2º Congresso Internacional Sabará de Especialidades Pediatras,Sabará, Novembro. 2014. Disponível em:<http://www.proceeding.blucher.com.br/eventos/2cisep>.Acesso em: 28 de março 2015.

CAMINHA,Roberta Costa. Investigação de problemas sensoriais em crianças autistas: Relações com grau de severidade do transtorno. Pontifica Universidade Católica Rio de Janeiro. 2013.p.52- 100

COSTA, Maria Ione Ferreira da; MAIA, Henrique Gil da Silva. Diagnóstico Genético e Clínico do Autismo Infantil. Arquivo Neuropsiquiátrico, Natal,Outubro 1998.

JÚNIOR, Francisco B. Assumpção; KUCZYNSKI, Evelyn; GABRIEL, Márcia Rego; ROCCA, Cristiane Castanho. Escala de avaliação de traços autísticos (ATA) Validade e confiabilidade de uma escala para a detecção de condutas autísticas. Neuropsiquiatria. 1999.

LOSAPIO, Mirella Fiuza; PONDÉ, Milena Pereira. Tradução para o português da escala  do M. Chat para o rastreamento precoce do autismo. Revista Psiquiátrica RS. 2008

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Classificação de transtornos mentais e de comportamento - CID-10. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

MACHADO, Fernanda Prada; LERNER, Rogério; NOVAES, Beatriz Cavalcanti de Albuquerque Caiuby; PALLADINO, Ruth Ramalho Ruivo; CUNHA, Maria Claudia.Questionário de Indicadores clínicos de risco para desenvolvimento infantil: Avaliação da sensibilidade para transtornos do espectro do autismo. AudiolCommun. 2014.

MARTELETO,Márcia Regina Fumagalli; PEDROMÔNICO, Márcia Regina Marcondes. Validade do inventário de comportamento autísticos (ICA).  Unifesp. 2003

MELLO, Ana Maria S. Ros. Guia prático Autismo. 7. Ed. São Paulo: Ama, 2007.

RAMOS, Ana Flávia Mundim; SILVA, Victor Bruno da; SEAGER, Marise Fagundes de Araújo;OLIVEIRA, Steffany Lara Nunes; ALMEIDA, Maria Tereza Carvalho; MAIA, Fernanda Alves.Ensino. Transtorno do Espectro Autista: uma análise etiológica. Universidade: saberes e práticas renovadoras, Unimontes,Setembro.2014.  Disponível em:<http://www.fepeg.unimontes.br/.> Acesso em: 28 março 2015.

RAPIN, Isabelle; GOLDMAN, Sylvie. A escala CARS brasileira: uma ferramenta de triagem padronizada para o autismo. Jornal de Pediatria.2015.

SANINI, Cláudia; FERREIRA, Gabriela Damasceno; SOUZA, Thiago Spillari; BOSA, Cleonice Alves. Comportamentos Indicativos de Apego em Crianças com Autismo. Psicologia: Reflexão e Crítica. 2008.

SANTOS,Ana Luiza Mendonça dos; MORAES, Flávia; RONDINI,CarinaAlexandre.Escalas de Traços Autistas: Instrumento adequados, recepetividade familiar e intervenção precoce.Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.2011.

TAMANAHA, Ana Carina; MARTELETO, Marcia Regina Fumagalli. A interferência do status de linguagem expressiva na pontuação do Autism Behavior Checklist em autistas verbais e não verbais.Audiology communication Research. 2014.Disponível em:<http://www.scielo.br/>Acesso em: 01 de maio 2015.

TAMANAHA, Ana Carina; PERISSINOTO,Jacy; CHIARI, Brasilia Maria. Uma breve revisão histórica sobre a construção dos conceitos do  Autismo Infantil e da síndrome de AspergerRevista Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.2008.

TAMANAHA, Ana Carina; PERISSINOTO,Jacy; CHIARI, Brasilia Maria. Evolução da criança autista a partir da resposta materna ao autismo behavior checklist.Revista de atualização Científica.2008.

ZANON, Regina Basso; BACKERS, Bárbara; BOSA, Cleonice Alves. Identificação dos Primeiros Sintomas do Autismo pelos Pais. Psicologia: Teoria e Pesquisa. 2014.
















quinta-feira, 4 de junho de 2015

Resenha feita em grupo:

Resenha do filme Os Contos proibidos do Marquês de Sade

O filme retrata a trajetória real de um escritor que abalou a sociedade francesa do final do século XVII, no período monárquico de Napoleão Bonaparte. A história relata os últimos anos de vida do escritor Marquês de Sade que ficou recluso no manicômio de Charenton. O Marquês de Sade tinha alguns privilégios, como um quarto com todo aparato para assim poder escrever suas obras como uma maneira de canalizar seus impulsos violentos e sexuais.
Sade conseguia manter sua literatura na atividade, pois com a colaboração de algumas pessoas, como a camareira Madelaine, com quem manteve um elo forte de atração e amizade, enviava seus escritos à editora a fim de ser publicados.  Porém, com a intencionalidade de impedir esses escritos é designado um novo médico para o manicômio.
O filme os contos proibidos do Marquês de Sade demonstra como a literatura tem o poder de mudar e a capacidade de persuadir os pensamentos de muitas pessoas, utilizando dos argumentos do prazer e aflorando a sexualidade, e demonstra, ainda, como as pessoas são propensas às influências nas leituras.
Ao analisarmos esse filme, observamos que todos os personagens possuem características da perversão, sendo que a intenção é de realizar um entendimento por meio da psicanálise. O escritor era responsável em revelar os desejos mais recalcados de libertinagem, em uma época em que prevalecia a moral baseada na obediência. Sade utilizava dos recursos de seus escritos sádicos demonstrando que se deviam gozar os prazeres não como algo proibido. Sua obsessão pela escrita era a de escrever em qualquer lugar, de qualquer modo, tiraram a pena, escreveu com vinho, escreveu com o próprio sangue, em uma busca insana para satisfazer seu prazer em escrever seus contos no sofrimento do leito de morte, busca de forma chocante escrever seu último conto com seus excrementos.
 Podemos ressaltar a cena do filme em que a esposa do médico do manicômio, por meio da leitura dos contos de Sade libertou-se de desejos oprimidos, dos quais  ela não poderia sentir com seu esposo, pois tinha severidade e acreditava que o prazer era uma via de mão única.  Ao contrário de seu amante, que juntos viviam momentos de intenso prazer, demonstrando que ter prazer não é algo proibido. Marquês de Sade demonstra o poder de persuasão em seus escritos, pois a instancia do ID estava presente em seus contos.
Outra cena do filme em que o Abade sente uma culpa profunda por não ter conseguido conter os instintivos mais perversos do Marquês de Sade, em que Madelaine é morta por um paciente que foi tomado pelo desejo insano de matar, provocado pelo escrito de Sade. Após a morte de Madelaine o Abade é tomado por um sentimento de culpa, por seu amor a ela, Abade entra num estado deplorável de culpa, um masoquismo moral.
O desejo que o Abade sente por Madelaine torna-o fora de si. Deseja-a cada vez mais, e seu inconsciente traz lembranças da donzela sendo que num momento de desprendimento do corpo, sonha com a amada e se entrega ao prazer. Neste momento o ID se torna o comandante de seus mais insanos desejos por essa mulher, que pelo fato de ser padre, num momento consciente não pode tê-la em seus braços.
Em outra cena o Abade é tomado por um sentimento horrendo de fúria e necessidade de vingança, e sem pensar nas consequências e regras impostas pela sociedade, desesperado, se entrega ao sentimento de rancor e decide fazer justiça com suas próprias mãos. Esse sentimento de vingança faz com que Abade corta a língua do Marquês de Sade e entrega ao médico do manicômio. Nesse momento, o superego entra em ação e o faz sentir culpado por todas as ações realizadas até o momento.
A partir desse momento o Abade se torna escravo dos seus pensamentos mais profundos, onde o seu ID toma conta de todas as instâncias, e a necessidade de escrever, colocar no papel os seus desejos mais insanos, agora o perturbam de tal forma que ele assume o papel que o escritor Sade tinha antes.
Conclui que Sade com seus contos proibidos provocou um "mal estar na civilização", pois todos aqueles que de tal forma, puderam ler esses contos, tiveram suas vidas transformadas. O sadismo e o masoquismo estão presentes em seus contos a todo tempo, não como duas vertentes separadas, mas sim como duas vertentes em uma mesma perversão, ou seja, o sádico era o mesmo tempo um masoquista, assim não existia uma predominância que caracterizasse a atividade passiva ou ativa que predominasse na perversão.
Diante disso, de alguma forma, pode-se dizer que o filme demonstra a implícita reflexão de que todas as pessoas podem ter qualidades do escritor Sade, do Abade, do médico, da Madelaine, e, de outros personagens do filme, pois coloca uma questão fundamental que é a de como lidar com as paixões mais cruéis tendo a finalidade de encontrar um ponto de superação e de civilização.
Neste sentido, levando em consideração a linha teórica da psicanálise, indicamos o filme “Os contos proibidos do Marquês de Sade” e consideramo-nos didático dentro do ambiente Universitário para se trabalhar questões ligadas a essa linha, pois se abre um leque de discussão acerca de temas importantes da psicanálise como, por exemplo: o sadismo, o masoquismo, entre outros. Dando a oportunidade de observar essas vertentes aplicadas nos personagens.

























domingo, 8 de fevereiro de 2015

RESUMO


O estágio básico I teve um caráter preventivo sobre a relação  mãe bebê, pois a vinculação é essencial para o neurodesenvolvimento  desta criança. Essa mãe tem que  posicionar-se como uma mãe que acolhe e frustra na medida  necessária para que o bebê se desenvolva.
Temos como objetivo criar resiliência para que a criança enfrente melhor as adversidades da vida.

















PALAVRAS CHAVE:  relação, vinculação, mãe suficientemente boa, resiliência, neurodesenvolvimento.





1.INTRODUÇÃO


Este estudo  tem como ênfase a relevância  de um  trabalho preventivo de neuroeducação, pois visa   a necessidade de um preparo físico e psicológico de pais que anseiam pela experiência de se tornarem pais, promover  a importância dos  cuidados inicias até os primeiros anos de vida da criança, refletindo  positivamente  na vida deles. 
Bowlby (1990) menciona que os primeiros trabalhos que foram publicados tinham o foco na literatura psicanalítica e psicológicas. O estudo realizado no ano de 1958 por Bowlby teve a construção com bases nos campos da biologia evolucionista, psicanálise, etologia, psicologia do desenvolvimento, ciências cognitivas.
Bowlby (1990) ressalta  que o apego é um comportamento biologicamente, pois com um mecanismo de alimentação, mas que funciona dentro de um contexto que envolve conhecimento de uma figura de apego que proporciona um sentimento de segurança e fortalecer a relação entre mãe e filho. Esse vínculo de afeição é desenvolvido garantindo capacidades cognitivas, emocionais na criança.
É relevante destacar que o vínculo da mãe com seu bebê não acontece de uma hora para outra, mas sim gradualmente. Winnicott(1965/2013) ressalta que a mãe grávida tem uma identificação com a criança, pois essa criança é associada pela mãe como um objeto interno. A mãe tem uma capacidade  especial de agir de maneira certa, ela sabe como o bebê se sente.
A  mãe suficientemente boa é aquela  que vai proporcionar ao bebê uma adaptação ativa das  necessidades dele, na qual  essa adaptação diminui gradativamente, pois  a mãe suficientemente boa é aquela que cuida do seu bebê em suas necessidades, mas também é aquela que o frustra ao não atender imediatamente seus anseios. ( Winnicott, 1965/1982)
 O autor Winnicott afirma que a alimentação é uma das maneiras mais relevantes que a mãe faz com o seu bebê, pois a criança que foi alimentada num processo no qual a sensibilidade esteve presente é  de suma importância para sobreviver as possíveis frustrações.
  As  funções  da mãe suficientemente boa em segurar, tocar, apresentação de objetos. O segurar é a mãe ter a capacidade de identificação com seu filho. O segurar é um meio básico  de cuidado. O tocar  é um facilitador de uma associação psicossomática no bebê. ( Winnicott, 1965/1982)
É pertinente observar que existem dois tipos de distúrbios maternos.  De acordo Winnicott (1965/2013) existem a mãe na qual interesses próprios são abandonados e em que ela  seja incapaz de perceber essa sua condição, que se assemelha a uma doença, porém é indicativo de boa saúde. Já no outro extremo existe uma mãe  preocupada com seu bebê, mas essa preocupação  se torna patológica, em que essa mãe tem a capacidade de renuncia  da própria vida em favor da criança. É habitual  essa mãe começar a recuperar seus interesses próprios  na medida que criança  permite fazê-lo. A mãe patologicamente preocupada permanece por um tempo longo com o seu bebê, mas abandona de repente  a preocupação  com a criança e substitui pela preocupação inicial antes do nascimento do bebê. A mãe normal deixa de se preocupar com seu bebê,  uma espécie de desmane. A mãe doente  tem uma incapacidade de desmamar, ou faz  inesperadamente sem dar atenção a necessidade do próprio bebê de ser desmamado.
  Winnicott (1965/2013) ressalta que  na presença da mãe suficientemente boa o bebê consegue iniciar um processo de desenvolvimento  pessoal e real, mas se essa interação mãe-bebê não for suficiente o bebê acumula reações a violação.
[...]  o apego do ego da mãe não existe, ou é fraco, ou intermitente, a criança não consegue desenvolver-se numa trilha pessoal; o desenvolvimento passa então, como já disse, a estar relacionado com uma sucessão  de reações e colapsos ambientais que com a urgências internas de fatores genéticos. ( WINNICOTT, 2013,p. 24)

É apropriado ressaltar que a depressão materna traz prejuízos para o neurodesenvolvimento das crianças. Proporcionar  um ambiente adequado aos bebês,  que auxiliará  para que esse indivíduo  tenha  a oportunidade de gradualmente torna-se  uma pessoa  que obtenha um lugar na sociedade sem anular sua individualidade. (Winnicott,1965/2013).
Há estudos  que apontam  um pequeno aumento dos níveis do  cortisol salivar basal  antes e depois da separação materna, entre  9 a 13 meses da idade do bebê, porém  mais significativo aos 9 meses. O aumento do cortisol salivar basal é mais verificado em  bebês  de mães deprimidas. (Cunha,2005).
Frazão(2014) afirma que o cortisol é um hormônio  que é produzido pelas glândulas suprarrenais, localizadas no rins, o cortisol serve para auxiliar o organismo no controlo do estresse, redução de inflamações. O cortisol alto no sangue pode dar origem a sintomas como a perda  muscular, diminuição da testosterona, ou aumento de peso. O cortisol baixo já origina sintomas de depressão, fraqueza, cansaço.
É relevante ressaltar todos esses fatores que auxiliam para um melhor neurodesenvolvimento, porém é pertinente  destacar um fator importante que é a interação entre mãe e bebê.
A interação mãe-bebê é essencial para o neurodesenvolvimento, é importante perceber que essa interação acontece gradualmente. Oliveira (1997) afirma  que o homem é transformado de biológico para sócio-histórico  por meio de um processo cultural  na qual a mediação está presente, pois essa relação é mediada pelo meio social que a pessoa está inserida.
Em um ambiente  que  proporciona ao bebê a vivenciar todo o processo de adaptação ao mundo externo, não sendo uma extensão da mãe, essa que o  auxilia, mas frustrando ao  perceber que suas necessidades não serão atendidas de prontidão e isso fornece subsídios para a criação da resiliência no bebê.
É pertinente observar que a resiliência é um fator importante na vida do indivíduo, pois é se construir positivamente nas situações da vida.
O termo resiliência tem origem da Física, que significa “propriedade que alguns corpos têm de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação. Capacidade de se recobrar ou de adaptar à morte, às mudanças” (Villar,2011).
Antunes(2003) menciona que a resiliência quando aplicada   a vida humana faz com que pessoas, grupos, ou comunidades sejam capazes de resistir as adversidades, e a utilização nos processos de desenvolvimento pessoal e social.
Portanto é essencial a ligação entre os  conceitos de apego, vinculação, mãe suficientemente boa, resiliência, pois todos estão interligados para um melhor neurodesenvolvimento da criança, pois se futuros pais tiverem clareza da importância desses conceitos e da efetivação na vida deles, o  neurodesenvolvimento de seus filhos será mais benéfico.


2. OBJETIVO


O objetivo deste estágio é refletir sobre a importância preventiva da neuroeducação por meio de teorias.
Temos a intenção de informar os pais que decidem engravidar sobre a necessidade do preparo físico e psicológico de ambos para a concepção deste bebê.
Objetivamos promover a relevância dos primeiros cuidados para o neurodesenvolvimento desde o planejamento até o nascimento do bebê e bem como evidenciar a necessidade de estimular o desenvolvimento do bebê, levando em consideração sua maturidade e capacidade de autonomia.
Por fim levar a sociedade a refletir sobre a importância do vínculo materno e as consequências negativos quando há má formação desse vínculo.


3. JUSTIFICATIVA

Pensar no tema Neuroeducação:  O caminho para o desenvolvimento: Sócio-Histórica, Winnicott, Luria,  chamou minha atenção em princípio pelo próprio tema e principalmente por se tratar sobre o caminho para o desenvolvimento.
Partindo do pressuposto da pertinência do tema que visa o neurodesenvolvimento  é  relevante ressaltar que o tema tem um caráter de prevenção, pois com atitudes como ter um olhar mais atento da mãe para seu bebê nessa interação entre ambos.


4. METODOLOGIA

O trabalho  tem como  proposta a revisão bibliográfica  na  visão Sócio- histórica, ressaltando o  neurodesenvolvimento  infantil com  base de pressupostos de Vygotksy, Luria.


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir de uma  revisão bibliográfica percebemos a necessidade de   um trabalho preventivo que mostra para os pais a relevância da vinculação, atenção, olhar  para o bebê, fazer vocalização, imitação com gestos, melhor qualidade de tempo,  para assim  promover um  melhor neurodesenvolvimento.
São muitos fatores relevantes para um melhor neurodesenvolvimento. A  chegada de um bebê antecede o seu nascimento, pois é essencial um preparo dos pais.
Campos (2010)  ressalta que é necessário a orientação às mulheres gestantes acerca do desenvolvimento do bebê durante o pré-natal. Vale  mencionar que apesar  das correntes sanguíneas da mãe e bebê estejam separadas pela placenta, mas existem substâncias(vacinas, drogas, álcool, nicotinas, etc.) que podem ultrapassar essa barreira, e assim influenciar o desenvolvimento cerebral do feto. É essencial considerar que existem outros fatores de risco que podem influenciar o desenvolvimento do bebê, como idade, enfermidades, estado emocional da mãe, estresse, enfermidades genéticas do pai, saúde paterna.
É importante o  preparo físico e psicológico de pais para assegurar um melhor neurodesenvolvimento do bebê, mas não se limita somente ao preparo, é fundamental o comprometimento e atenção  ao desenvolvimento da criança, pois a relação  pais – bebê não é uma relação baseada em quantidade, mas em qualidade.
Aires (2012) menciona que é  relevante o acompanhamento dos pais no desenvolvimento do filho, pois garante a interação das emoções no processo de desenvolvimento da razão. É fundamental criar nessa relação pais-filho um momento de escuta dos pais, saber como está seu filho. Esse tempo que os pais disponibilizam para seu filho é importante que seja um tempo com qualidade, quinze minutos diários no início da vida dele é  fundamental.
O tempo e qualidade que os pais disponibilizam com seus filhos é importante, mas criar estratégias que possibilitam aumentar as habilidades sócioemocionais, promovendo resiliência, prevenir ansiedade e depressão. Mas como pensar sozinho em estratégicas eficácias para  promover as  habilidades emocionais, não é uma tarefa fácil. Por isso existem  métodos  para treinar habilidades sociais e um deles é o  Friends, com técnicas baseadas da psicologia cognitiva-comportamental. Esse  método ensina estratégias comportamentais, cognitivas e fisiológicas que contribuem para crianças, jovens e adultos a enfrentarem  as preocupações, estresse, auxiliando para criar resiliência.
Portanto este trabalho de prevenção é de suma importância para esclarecer aos futuros pais a vinculação com seu bebê. Auxiliando em suas necessidades primárias. Em contrapartida, estabelecer gradualmente uma relação de desvinculação para mostrar que é necessário esperar o momento certo de algumas situações. Nesse  processo começa criar resiliência,  cujo é fundamental ser resiliente para enfrentar as adversidades da vida. Um  indivíduo que tem resiliência   tem capacidade maior para  lidar com acontecimentos da vida.





REFERÊNCIAS


AIRES, José Quintino. 15 minutos com seu filho. Lua de papel, 2013. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=fUE_FVNhykUC&pg=PT145&hl=pt-BR&source=gbs_selected_pages&cad=3#v=onepage&q&f=false > . Acesso em: 18 de out. 2014. 23:23

ANTUNES, Celso. Resiliência: A construção de uma nova pedagogia para uma escola pública de qualidade. Rio de Janeiro: Vozes, 2003 p.13)

BOWLBY,John. Apego. Volume 1 da Triologia Apego e Perda. 2 ed. São Paulo:Martins Fontes,1990. (,p.193/ p 195)

CAMPOS, Ana Lucia.  Primeira Infância: Um olhar desde a Neuroedução. Washington: OEA/OEC,2010. Disponível em: <
              
CUNHA, Maria da Graça. Detecção de alteração neuroendócrinas e comportamentais  em bebês de mães com depressão pós-parto. Dissertação(mestrado em Neurociências). Centro de Ciências Básicas da Saúde,  Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.Disponível em : < http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/7668 >. Acesso em 10 de out. 2014. 23:06

FRAZÃO,Arthur. Revista tua saúde. São Paulo, set. 2014. Disponível em : < http://www.tuasaude.com/cortisol/> . Acesso em 13 de out. 2014. 17:44.

Método Friend. Disponível em : < http://www.metodofriends.com/. Acesso em: 24 de out. 2014, 17:10

 OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky: Aprendizado e Desenvolvimento: Um Processo  Sócio-histórico. 4 ed. São Paulo: Scipione, 1997.

VILLAR, Mauro Salles. Dicionário Houaiss Conciso. São Paulo: Moderna, 2011.

WINNICOTT, D. M. A criança e seu mundo. 6 ed. Rio de janeiro: LTC, 1982.

WINNICOTT, D. M. A família e o desenvolvimento do indivíduo. 2 ed. Belo Horizonte: Interlivros, 2013.