domingo, 8 de fevereiro de 2015

RESUMO


O estágio básico I teve um caráter preventivo sobre a relação  mãe bebê, pois a vinculação é essencial para o neurodesenvolvimento  desta criança. Essa mãe tem que  posicionar-se como uma mãe que acolhe e frustra na medida  necessária para que o bebê se desenvolva.
Temos como objetivo criar resiliência para que a criança enfrente melhor as adversidades da vida.

















PALAVRAS CHAVE:  relação, vinculação, mãe suficientemente boa, resiliência, neurodesenvolvimento.





1.INTRODUÇÃO


Este estudo  tem como ênfase a relevância  de um  trabalho preventivo de neuroeducação, pois visa   a necessidade de um preparo físico e psicológico de pais que anseiam pela experiência de se tornarem pais, promover  a importância dos  cuidados inicias até os primeiros anos de vida da criança, refletindo  positivamente  na vida deles. 
Bowlby (1990) menciona que os primeiros trabalhos que foram publicados tinham o foco na literatura psicanalítica e psicológicas. O estudo realizado no ano de 1958 por Bowlby teve a construção com bases nos campos da biologia evolucionista, psicanálise, etologia, psicologia do desenvolvimento, ciências cognitivas.
Bowlby (1990) ressalta  que o apego é um comportamento biologicamente, pois com um mecanismo de alimentação, mas que funciona dentro de um contexto que envolve conhecimento de uma figura de apego que proporciona um sentimento de segurança e fortalecer a relação entre mãe e filho. Esse vínculo de afeição é desenvolvido garantindo capacidades cognitivas, emocionais na criança.
É relevante destacar que o vínculo da mãe com seu bebê não acontece de uma hora para outra, mas sim gradualmente. Winnicott(1965/2013) ressalta que a mãe grávida tem uma identificação com a criança, pois essa criança é associada pela mãe como um objeto interno. A mãe tem uma capacidade  especial de agir de maneira certa, ela sabe como o bebê se sente.
A  mãe suficientemente boa é aquela  que vai proporcionar ao bebê uma adaptação ativa das  necessidades dele, na qual  essa adaptação diminui gradativamente, pois  a mãe suficientemente boa é aquela que cuida do seu bebê em suas necessidades, mas também é aquela que o frustra ao não atender imediatamente seus anseios. ( Winnicott, 1965/1982)
 O autor Winnicott afirma que a alimentação é uma das maneiras mais relevantes que a mãe faz com o seu bebê, pois a criança que foi alimentada num processo no qual a sensibilidade esteve presente é  de suma importância para sobreviver as possíveis frustrações.
  As  funções  da mãe suficientemente boa em segurar, tocar, apresentação de objetos. O segurar é a mãe ter a capacidade de identificação com seu filho. O segurar é um meio básico  de cuidado. O tocar  é um facilitador de uma associação psicossomática no bebê. ( Winnicott, 1965/1982)
É pertinente observar que existem dois tipos de distúrbios maternos.  De acordo Winnicott (1965/2013) existem a mãe na qual interesses próprios são abandonados e em que ela  seja incapaz de perceber essa sua condição, que se assemelha a uma doença, porém é indicativo de boa saúde. Já no outro extremo existe uma mãe  preocupada com seu bebê, mas essa preocupação  se torna patológica, em que essa mãe tem a capacidade de renuncia  da própria vida em favor da criança. É habitual  essa mãe começar a recuperar seus interesses próprios  na medida que criança  permite fazê-lo. A mãe patologicamente preocupada permanece por um tempo longo com o seu bebê, mas abandona de repente  a preocupação  com a criança e substitui pela preocupação inicial antes do nascimento do bebê. A mãe normal deixa de se preocupar com seu bebê,  uma espécie de desmane. A mãe doente  tem uma incapacidade de desmamar, ou faz  inesperadamente sem dar atenção a necessidade do próprio bebê de ser desmamado.
  Winnicott (1965/2013) ressalta que  na presença da mãe suficientemente boa o bebê consegue iniciar um processo de desenvolvimento  pessoal e real, mas se essa interação mãe-bebê não for suficiente o bebê acumula reações a violação.
[...]  o apego do ego da mãe não existe, ou é fraco, ou intermitente, a criança não consegue desenvolver-se numa trilha pessoal; o desenvolvimento passa então, como já disse, a estar relacionado com uma sucessão  de reações e colapsos ambientais que com a urgências internas de fatores genéticos. ( WINNICOTT, 2013,p. 24)

É apropriado ressaltar que a depressão materna traz prejuízos para o neurodesenvolvimento das crianças. Proporcionar  um ambiente adequado aos bebês,  que auxiliará  para que esse indivíduo  tenha  a oportunidade de gradualmente torna-se  uma pessoa  que obtenha um lugar na sociedade sem anular sua individualidade. (Winnicott,1965/2013).
Há estudos  que apontam  um pequeno aumento dos níveis do  cortisol salivar basal  antes e depois da separação materna, entre  9 a 13 meses da idade do bebê, porém  mais significativo aos 9 meses. O aumento do cortisol salivar basal é mais verificado em  bebês  de mães deprimidas. (Cunha,2005).
Frazão(2014) afirma que o cortisol é um hormônio  que é produzido pelas glândulas suprarrenais, localizadas no rins, o cortisol serve para auxiliar o organismo no controlo do estresse, redução de inflamações. O cortisol alto no sangue pode dar origem a sintomas como a perda  muscular, diminuição da testosterona, ou aumento de peso. O cortisol baixo já origina sintomas de depressão, fraqueza, cansaço.
É relevante ressaltar todos esses fatores que auxiliam para um melhor neurodesenvolvimento, porém é pertinente  destacar um fator importante que é a interação entre mãe e bebê.
A interação mãe-bebê é essencial para o neurodesenvolvimento, é importante perceber que essa interação acontece gradualmente. Oliveira (1997) afirma  que o homem é transformado de biológico para sócio-histórico  por meio de um processo cultural  na qual a mediação está presente, pois essa relação é mediada pelo meio social que a pessoa está inserida.
Em um ambiente  que  proporciona ao bebê a vivenciar todo o processo de adaptação ao mundo externo, não sendo uma extensão da mãe, essa que o  auxilia, mas frustrando ao  perceber que suas necessidades não serão atendidas de prontidão e isso fornece subsídios para a criação da resiliência no bebê.
É pertinente observar que a resiliência é um fator importante na vida do indivíduo, pois é se construir positivamente nas situações da vida.
O termo resiliência tem origem da Física, que significa “propriedade que alguns corpos têm de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação. Capacidade de se recobrar ou de adaptar à morte, às mudanças” (Villar,2011).
Antunes(2003) menciona que a resiliência quando aplicada   a vida humana faz com que pessoas, grupos, ou comunidades sejam capazes de resistir as adversidades, e a utilização nos processos de desenvolvimento pessoal e social.
Portanto é essencial a ligação entre os  conceitos de apego, vinculação, mãe suficientemente boa, resiliência, pois todos estão interligados para um melhor neurodesenvolvimento da criança, pois se futuros pais tiverem clareza da importância desses conceitos e da efetivação na vida deles, o  neurodesenvolvimento de seus filhos será mais benéfico.


2. OBJETIVO


O objetivo deste estágio é refletir sobre a importância preventiva da neuroeducação por meio de teorias.
Temos a intenção de informar os pais que decidem engravidar sobre a necessidade do preparo físico e psicológico de ambos para a concepção deste bebê.
Objetivamos promover a relevância dos primeiros cuidados para o neurodesenvolvimento desde o planejamento até o nascimento do bebê e bem como evidenciar a necessidade de estimular o desenvolvimento do bebê, levando em consideração sua maturidade e capacidade de autonomia.
Por fim levar a sociedade a refletir sobre a importância do vínculo materno e as consequências negativos quando há má formação desse vínculo.


3. JUSTIFICATIVA

Pensar no tema Neuroeducação:  O caminho para o desenvolvimento: Sócio-Histórica, Winnicott, Luria,  chamou minha atenção em princípio pelo próprio tema e principalmente por se tratar sobre o caminho para o desenvolvimento.
Partindo do pressuposto da pertinência do tema que visa o neurodesenvolvimento  é  relevante ressaltar que o tema tem um caráter de prevenção, pois com atitudes como ter um olhar mais atento da mãe para seu bebê nessa interação entre ambos.


4. METODOLOGIA

O trabalho  tem como  proposta a revisão bibliográfica  na  visão Sócio- histórica, ressaltando o  neurodesenvolvimento  infantil com  base de pressupostos de Vygotksy, Luria.


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir de uma  revisão bibliográfica percebemos a necessidade de   um trabalho preventivo que mostra para os pais a relevância da vinculação, atenção, olhar  para o bebê, fazer vocalização, imitação com gestos, melhor qualidade de tempo,  para assim  promover um  melhor neurodesenvolvimento.
São muitos fatores relevantes para um melhor neurodesenvolvimento. A  chegada de um bebê antecede o seu nascimento, pois é essencial um preparo dos pais.
Campos (2010)  ressalta que é necessário a orientação às mulheres gestantes acerca do desenvolvimento do bebê durante o pré-natal. Vale  mencionar que apesar  das correntes sanguíneas da mãe e bebê estejam separadas pela placenta, mas existem substâncias(vacinas, drogas, álcool, nicotinas, etc.) que podem ultrapassar essa barreira, e assim influenciar o desenvolvimento cerebral do feto. É essencial considerar que existem outros fatores de risco que podem influenciar o desenvolvimento do bebê, como idade, enfermidades, estado emocional da mãe, estresse, enfermidades genéticas do pai, saúde paterna.
É importante o  preparo físico e psicológico de pais para assegurar um melhor neurodesenvolvimento do bebê, mas não se limita somente ao preparo, é fundamental o comprometimento e atenção  ao desenvolvimento da criança, pois a relação  pais – bebê não é uma relação baseada em quantidade, mas em qualidade.
Aires (2012) menciona que é  relevante o acompanhamento dos pais no desenvolvimento do filho, pois garante a interação das emoções no processo de desenvolvimento da razão. É fundamental criar nessa relação pais-filho um momento de escuta dos pais, saber como está seu filho. Esse tempo que os pais disponibilizam para seu filho é importante que seja um tempo com qualidade, quinze minutos diários no início da vida dele é  fundamental.
O tempo e qualidade que os pais disponibilizam com seus filhos é importante, mas criar estratégias que possibilitam aumentar as habilidades sócioemocionais, promovendo resiliência, prevenir ansiedade e depressão. Mas como pensar sozinho em estratégicas eficácias para  promover as  habilidades emocionais, não é uma tarefa fácil. Por isso existem  métodos  para treinar habilidades sociais e um deles é o  Friends, com técnicas baseadas da psicologia cognitiva-comportamental. Esse  método ensina estratégias comportamentais, cognitivas e fisiológicas que contribuem para crianças, jovens e adultos a enfrentarem  as preocupações, estresse, auxiliando para criar resiliência.
Portanto este trabalho de prevenção é de suma importância para esclarecer aos futuros pais a vinculação com seu bebê. Auxiliando em suas necessidades primárias. Em contrapartida, estabelecer gradualmente uma relação de desvinculação para mostrar que é necessário esperar o momento certo de algumas situações. Nesse  processo começa criar resiliência,  cujo é fundamental ser resiliente para enfrentar as adversidades da vida. Um  indivíduo que tem resiliência   tem capacidade maior para  lidar com acontecimentos da vida.





REFERÊNCIAS


AIRES, José Quintino. 15 minutos com seu filho. Lua de papel, 2013. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=fUE_FVNhykUC&pg=PT145&hl=pt-BR&source=gbs_selected_pages&cad=3#v=onepage&q&f=false > . Acesso em: 18 de out. 2014. 23:23

ANTUNES, Celso. Resiliência: A construção de uma nova pedagogia para uma escola pública de qualidade. Rio de Janeiro: Vozes, 2003 p.13)

BOWLBY,John. Apego. Volume 1 da Triologia Apego e Perda. 2 ed. São Paulo:Martins Fontes,1990. (,p.193/ p 195)

CAMPOS, Ana Lucia.  Primeira Infância: Um olhar desde a Neuroedução. Washington: OEA/OEC,2010. Disponível em: <
              
CUNHA, Maria da Graça. Detecção de alteração neuroendócrinas e comportamentais  em bebês de mães com depressão pós-parto. Dissertação(mestrado em Neurociências). Centro de Ciências Básicas da Saúde,  Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.Disponível em : < http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/7668 >. Acesso em 10 de out. 2014. 23:06

FRAZÃO,Arthur. Revista tua saúde. São Paulo, set. 2014. Disponível em : < http://www.tuasaude.com/cortisol/> . Acesso em 13 de out. 2014. 17:44.

Método Friend. Disponível em : < http://www.metodofriends.com/. Acesso em: 24 de out. 2014, 17:10

 OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky: Aprendizado e Desenvolvimento: Um Processo  Sócio-histórico. 4 ed. São Paulo: Scipione, 1997.

VILLAR, Mauro Salles. Dicionário Houaiss Conciso. São Paulo: Moderna, 2011.

WINNICOTT, D. M. A criança e seu mundo. 6 ed. Rio de janeiro: LTC, 1982.

WINNICOTT, D. M. A família e o desenvolvimento do indivíduo. 2 ed. Belo Horizonte: Interlivros, 2013.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Muito tempo se passou desde a criação deste blog, a proposta foi da construção do conhecimento, mais especificamente na área da educação, mas a vida  é composta por escolhas, anseios e projeções, objetivos

Nesse novo momento de construção, mas agora  não é mais na área da educação, mas sim da Psicologia,

E pretendo colocar algum texto interessante que  no decorrer do curso eu escreva